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BRDE fecha 2021 com resultado histórico no Rio Grande do Sul

Crédito: Itamar Aguiar

O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) fechou o ano com resultados jamais registrados em termos de contratações para novos investimentos no Rio Grande do Sul. Com operações efetivadas para os mais diferentes setores da economia gaúcha, atingiu a marca de R$ 1,428 bilhão em financiamentos ao longo de 2021. O crescimento é de 24,5% se comparado com as contratações fechadas em 2020 para o Estado, quando o volume de crédito ficou em R$ 1,147 bilhão.

Reflexo do momento positivo que viveu o agronegócio ao longo do ano e da sua importância ao desenvolvimento regional, o setor responde por mais de R$ 345,6 milhões das operações de crédito. O total destinado a atender produtores rurais e cooperativas gaúchas ficou R$ 54 milhões acima do registrado em 2020. O maior incremento em termos de contratações, porém, foi registrado pelo setor da indústria de transformação, que fechou o ano com um volume de R$ 391,2 milhões em financiamentos do BRDE no Estado. É um salto de R$ 103 milhões diante do exercício anterior.

Na avaliação da diretora de Operações do BRDE, Leany Lemos, os resultados positivos refletem a forte atuação do banco em um período de retomada da economia, sua capacidade de dialogar com os parceiros e a diversificação dos recursos. “Atingimos resultados históricos no Estado e em toda a região Sul, o que reforça o nosso papel estratégico em apoiar setores com maior capacidade de inovação e geração de empregos”, destacou.

Leany ressaltou a restruturação que o banco promoveu em 2021 na sua matriz de programas e linhas de crédito, tornando a instituição ainda mais aderente à realidade global, aos critérios ESG [environmental, social and governance ou, em português, ambiental, social e governança] e a Agenda 2030. “Somos um banco comprometido com a sustentabilidade”, acrescentou.

Empreendedorismo das mulheres

Na nova matriz, foram criados, por exemplo, programas específicos de sustentabilidade ambiental, de sustentabilidade social, de energias renováveis e de mulheres empreendedoras.  Os projetos de geração de energia somaram financiamentos na ordem de R$ 124 milhões. A principal contratação se refere à implantação de uma pequena central hidrelétrica (PCH) no município de Tio Hugo, projeto liderado pela Cooperativa de Geração de Energia e Desenvolvimento (Coprel), com financiamento de R$ 81 milhões.

Como primeira mulher a presidir o banco em 60 anos de trajetória, Leany Lemos lançou, ainda em abril, o programa BRDE Empreendedoras do Sul, com o objetivo de apoiar empresas que tenham mulheres no comando (ou com no mínimo 40% de sócias) e produtoras rurais. O programa oferece financiamento para investimentos fixos e capital de giro, ambos disponíveis no valor de até R$ 1 milhão, e fechou 2021 superando a marca de R$ 43 milhões em financiamentos autorizados apenas no Rio Grande do Sul.

Capital de giro

Além de crédito para investimentos para as quais o banco se valeu de diferentes fundings, os contratos incluem linhas de capital de giro, que ganharam espaço entre as operações por conta dos impactos da pandemia. Conforme o diretor de Planejamento, Otomar Vivian, o BRDE se mostrou um importante aliado diante dos desafios do ano passado. Do total das contratações de 2021, mais de R$ 375 milhões foram para médias, micro e pequenas empresas que atuam no RS.

“A grande missão do BRDE é ser um instrumento de apoio aos projetos estratégicos para a economia regional, geralmente de médio e longo prazo. Somos uma instituição de fomento, porém, o banco se mostrou sintonizado com as demandas de diferentes setores, em especial de quem mais sofreu os impactos da pandemia”, destacou Vivian. As linhas para capital de giro e microcrédito, disponibilizadas por meio de programas como Recupera Sul e Empreendedoras do Sul, valeram ao banco a conquista do Prêmio Banking Transformation 2021, na categoria inovação.

O diretor de Planejamento destacou, ainda, um importante crescimento em 2021 das operações celebradas com prefeituras, que totalizaram R$ 30,6 milhões para projetos de infraestrutura urbana, melhorias no sistema de iluminação pública e obras de saneamento. “Queremos estreitar ainda mais essa relação de parceria com as prefeituras, pois são investimentos com impactos muito positivos para a população de cada cidade”, avaliou.

Demais setores

Se somados os segmentos do comércio, alojamento e alimentação, são mais de R$ 149 milhões em crédito para as empresas no Rio Grande do Sul. No segmento da saúde, que fechou com R$ 130 milhões em crédito no Estado, o maior destaque é o financiamento assinado com a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre para viabilizar o projeto de expansão do complexo hospitalar. A construção do Hospital Nora Teixeira, com 15 pavimentos e incluindo espaço para uma nova emergência SUS, contará com 270 novos leitos de internação.

 

 

Desafios

Considerando toda a região Sul, o volume de contratações autorizadas é igualmente histórico: R$ 4,1 bilhões. O agro responde por mais de R$ 1 bilhão das operações de crédito de 2021 nos Estados onde o banco atua. Em termos operacionais, o BRDE igualmente teve resultados expressivos.

Leany ressalta, no entanto, que os desafios para 2022 serão ainda maiores considerando o cenário da macro economia e as projeções de baixo crescimento para o país, além do impacto sobre as operações de crédito com a elevação da taxa Selic. “Já tivemos essa situação no fechamento de 2021 e terá efeito nesse ano”, observou.

A diretora acredita, porém, que poderá se repetir um comportamento que se viu no ano passado, quando houve um descolamento da região Sul, e do Rio Grande do Sul em especial, em relação ao desempenho da economia nacional. O crescimento acumulado de Brasil no período 2019-2021 ficou em pouco mais de 1%, quando o crescimento no RS está próximo de 5%. “É verdade que dependemos de outros fatores, passarmos o período sem efeitos climáticos severos que venham a afetar a safra, dependemos do câmbio pois temos uma base agroexportadora, e também o mercado nacional. Será sim um ano desafiante, mas estamos otimistas porque operamos na infraestrutura, na geração de energia, no turismo, na cadeia do agro, indústria e na inovação, e isso nos permitirá descolar em parte desse cenário. Acreditamos que teremos um ano de bons resultados”, projeta Leany.

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