O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou a renomeação de um trecho da BR-153 em alusão ao ex-presidente João Goulart. Entre as justificativas para a medida, Bolsonaro alegou “práticas dissonantes das ambições de um Estado Democrático”. O veto foi publicado na edição desta quinta-feira do Diário Oficial da União sem citar especificamente quais seriam as práticas de Goulart que serviram de base para o veto.
João Goulart presidiu o Brasil de 1961, quando Jânio Quadros renunciou, até o começo do Regime Militar de 1964. A deposição de Jango ocorreu em meio a críticas de opositores que viam sua política alinhada à esquerda, sendo que defensores do Regime Militar utilizam o argumento de ameaça comunista no período.
A renomeação da rodovia estava prevista em um projeto de lei do então senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) que tramitou em 2012 no Senado Federal. A nova denominação seria válida para o trecho da BR-153 compreendido entre Cachoeira do Sul e Marabá, no Pará.
Conforme Bolsonaro, o veto ocorreu por “contrariedade ao interesse público” e foi decidido após manifestação do Ministério da Infraestrutura e da Casa Civil da Presidência, que também contrariou a proposta por “não considerar as especificidades e as peculiaridades de cada Estado”.
Ao todo, a renomeação impactaria trechos da rodovia do Pará, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Outra justificativa para vetar o nome indica que “escolher homenagear apenas uma figura histórica poderia representar descompasso com os anseios e as expectativas da população de cada unidade federativa” e faz a citação às “práticas dissonantes das ambições de um Estado Democrático” sem se referir a quais atos de João Goulart se referia.