O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que enviará à Câmara dos Deputados projeto que isenta de punição proprietários rurais que atirarem em invasores de suas áreas. A afirmação foi feita pelo presidente na Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), que foi aberta em Ribeirão Preto (São Paulo).
“Vai dar o que falar, mas é uma maneira que nós temos de ajudar a combater a violência no campo é fazer com que, ao defender a sua propriedade privada ou a sua vida, o cidadão de bem entre no excludente de ilicitude. Ou seja, ele responde, mas não tem punição. É a forma que nós temos que proceder. Para que o outro lado, que desrespeita a lei, tema vocês, tema o cidadão de bem, e não o contrário”, disse o presidente à plateia formada por ruralistas.
De acordo com Bolsonaro, que foi recebido aos gritos de “mito” por parte dos presentes, as propriedades privadas são sagradas. Mas incluir no excludente de ilicitude quem reagir ao defender sua propriedade não foi a única medida anunciada pelo presidente na cidade do interior paulista.
ARMA NAS PROPRIEDADES
Bolsonaro afirmou que ficou neste domingo (28) uma hora e meia reunido com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), discutindo “vários assuntos”. Segundo o presidente, na próxima semana Maia colocará em pauta na Câmara um projeto que visa fazer com que a posse de arma de fogo para o produtor rural seja possível em todo o perímetro da sua propriedade.
O setor rural foi um dos principais apoiadores da eleição de Bolsonaro à Presidência em 2018. Na abertura da Agrishow do ano passado, o então deputado ficou sentado na plateia, fora do palco oficial, e deixou o local antes do término da cerimônia, para percorrer as ruas da feira.