O 3º Batalhão de Engenharia de Combate (BEcmb), de Cachoeira do Sul, pode se constituir em uma solução para o período em que estiver sendo realizada a obra de substituição da estrutura de concreto de toda a parte seca da Ponte do Fandango, prevista para começar a partir de novembro com prazo de dois anos para conclusão dos trabalhos.
O Dnit não confirma interrupção do trânsito durante a obra, que está a cargo da Construtora Cidade, vencedora da licitação da reforma da Ponte do Fandango, mas se em algum momento houver a necessidade de interromper a passagem de veículos em virtude da movimentação de material e maquinário, o 3º BECmb – caso solicitado – pode entrar em ação e construir uma ponte móvel entre a Praia Nova e a Rua Moron. Neste caso, seria uma travessia somente para veículos leves, como automóveis.
A unidade militar cachoeirense já socorreu diversas comunidades pelo Brasil. A ponte montada que poderá ser uma alternativa, enquanto a obra do Dnit estiver em andamento, será a maior ponte militar flutuante já lançada no Brasil e a maior ponte M4T6 já lançada na América Latina. São 283 metros de extensão e 4,20 metros de largura.
SE HOUVER NECESSIDADE DE PONTE MÓVEL, 3º BECMB COBRA PEDIDO COM ANTECEDÊNCIA
O comandante do 3º BECmb, coronel de Engenharia Luís Augusto Alves Leal Ferreira, disse que para o Batalhão entrar em ação, é necessária uma solicitação com antecedência ao Comando Militar do Sul, que então vai decidir pela autorização ou não para a construção de uma ponte pela unidade no Rio Jacuí. “É importante ressaltar que a ponte M4T6 será uma solução emergencial, ou seja, por um curto prazo tal é a logística necessária, segurança e praticidade”, afirmou.
O coronel Leal também observou que será preciso avaliar – caso ocorra a solicitação – o contexto do Rio Jacuí, que possui forte correnteza, tem muitos bancos de areia e a situação do seu nível. “Por isto, se agirmos será por uma extrema urgência”, salientou.
BATALHÃO MONTOU PONTE EM EXERCÍCIO MILITAR EM 2016
Em 13 de novembro de 2016, o 3º BECmb, em um exercício militar, montou a ponte M4T6 Mista no Rio Jacuí, ligando a margem da Rua Moron com a da Praia Nova. Foi durante a Operação Jacuí II que se estendeu por 13 dias, desde a preparação dos canteiros até a sua montagem final. Na época, aconteceu durante a abertura da ponte, uma solenidade com as presenças do então comandante militar do Sul, general de Exército e ex-vice-presidente da República Hamilton Mourão, do general de Divisão R/1 Geraldo Silvino Soares da Silva e autoridades civis e militares.
O exercício permitiu o adestramento de todas as qualificações militares do Batalhão, bem como do 6º BECmb (São Gabriel/RS), do 12º BECmb Blindado (Alegrete/RS), da 1ª Companhia de Engenharia de Combate Mecanizada (São Borja/RS), da 3ª Companhia de Engenharia de Combate Mecanizada (Dom Pedrito/RS) e do Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva do 5º BECmb Bld, em Porto União-SC. A travessia móvel, que tem o pioneirismo do 3º BECmb, é a maior ponte militar flutuante já lançada no Brasil e a maior ponte M4T6 já lançada na América Latina.
O QUE DIZ O DNIT
O engenheiro João Carlos Tonetto, supervisor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) da área de Santa Maria, em contato com a produção de jornalismo da Rádio Fandango, informou que não existe previsão de que, durante a reforma da Ponte do Fandango, possa haver interrupção do tráfego de veículos. Mesmo, assim existe expectativa de toda a comunidade regional de como serão realizadas as obras da ponte, que é a principal ligação entre a BR-153 com a BR-290 e a ERS-287.
A obra se faz necessária, porque no final de outubro de 2021, foi constatada uma rachadura em um dos vãos da estrutura. Emergencial o Dnit reforçou a base da estrutura e desde então existe restrição de passagens de veículos pela Ponde do Fandango. Atualmente, a operação está no sistema pare-e-siga e só é permitido o trânsito de veículos até 18 toneladas.
A CONSTRUÇÃO DA OBRA
A Construtora Cidade, vencedora da licitação da reforma da Ponte do Fandango, prevê para a partir de novembro o canteiro de obras no principal ponto de acesso a Cachoeira do Sul. A empreiteira de Porto Alegre apresentou ao Dnit um orçamento de R$ 62,8 milhões, que contemplam elaboração de projeto de engenharia e execução da substituição da estrutura de concreto de toda a parte seca da Ponte do Fandango.
A previsão é de que a obra dure cerca de dois anos. Os prazos foram passados pelo diretor-executivo do Dnit, Carlos Barros, ao senador gaúcho Luis Carlos Heinze (PP). De acordo com o Dnit, toda a parte que foi reformada em 2018 será mantida, bem como a estrutura metálica que foi renovada naquela obra. Durante o período, foram empregados mais de R$ 8 milhões na estrutura da ponte.