Barroso é um antibolsonarista declarado. Sim, é isso mesmo. Pelo menos foi isso que o ministro do Supremo Tribunal Federal deixou transparecer em discurso nesta quarta-feira (12) durante congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Luiz Roberto Barroso era um dos palestrantes do evento. Em determinado momento de sua fala, passou a ser vaiado pela plateia. Foi aí que cometeu um erro a não ser cometido por um ministro do STF, a mais alta corte, o teto do Judiciário brasileiro: chamou para si, se dizendo parte de um movimento que culminou com a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições. “Nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”, inflamou.
“Perdeu, mané! Não amola!” foi outra manifestação de Barroso que repercutiu muito negativamente para ele e para a corte. Essa ele declarou ao xingar um brasileiro nas ruas de Nova York que lhe questionou sobre o código-fonte das urnas eletrônicas após a vitória de Lula no segundo turno das eleições.
BARROSO, SUA FALA E O RESULTADO DISSO
Que resultado o Sr. Barroso poderia esperar disso? Não pode, mas não pode mesmo, um ministro do STF colocar em xeque a parcialidade e a credibilidade de uma instituição como o STF, guardiã da nossa Constituição. Ao fazer discursos políticos e declarações se colocando como parte de um processo que culminou com a derrota de determinado candidato e a vitória de outro, o ministro Barroso se coloca em suspeição inclusive para votar a constitucionalidade de matérias que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro e ações tendo o próprio presidente Lula como parte no STF.
A fala do ministro do STF é um prato cheio para a oposição, que agora pede o impeachment de Luiz Roberto Barroso por conta de sua infeliz declaração num congresso de estudantes. Um homem do Direito, operador com notável saber jurídico, caiu na armadilha da empolgação e falou demais, falou o que não deveria, e colocou não só a si, mas os seus colegas de toga e toda a instituição STF numa tremenda de uma saia justa.
Mas, afinal, o que esperar de um país onde se relativiza a democracia conforme os interesses de um lado em detrimento de outro?