Mensagens que invadem redes sociais de cachoeirenses nas últimas semanas despertam curiosidade dos usuários. A promessa é por criar uma pessoa nova a partir de uma lista ampla de documentos forjados, que inclui habilitação para dirigir, Registro Geral (RG), Cadastro de Pessoa Física (CPF), carteira de trabalho, comprovante de residência e até atestado de óbito. O pacote da fraude fica por R$ 7,5 mil ao todo.
A reportagem do Portal OCorreio conseguiu contato com uma das agenciadoras do esquema ilegal. Os contatos com a mulher indicam que a base do golpe está na área central do país, mas com clientela que abrange o interior do Estado.
Imaginando que conversava com mais um interessado em comprar os documentos, a negociadora revela o tempo médio de dez dias para a entrega do material. No entanto, caso haja urgência por parte do cliente, a papelada poderia estar na sua casa no dia seguinte ao pedido.
Confira a gravação:
A mulher ainda orienta o que o cliente deve fazer com os documentos antigos:
Receio do esquema ser descoberto? Nenhum, de acordo com a negociadora:
Na sequência da conversa, a mulher pede 30 minutos para ter a confirmação de que os documentos pedidos podem ser confeccionados, conforme as tratativas. Segundo conta, outros cinco integrante formam a quadrilha especializada na fraude. Cada um deles é responsável por uma parte do golpe:
O pagamento pela fraude pode ser feito em até duas parcelas. Preferencialmente, com depósito em uma conta bancárias repassada pela negociadora.
Ao retomar a conversa com quem pensa ser seu próxima cliente, a mulher acrescenta um incremento no pacote de documentos falsos:
Os clientes do esquema utilizam o material forjado para esconderem seus crimes passados ou dificultarem a descoberta de seus golpes. Não importa a razão. Ao menos para a negociadora da fraude:
Uma campanha da Polícia Civil do Rio Grande do Sul é motivada a partir da identificação dos anúncios do golpe nas redes socias. “A Polícia Civil alerta que o uso de documento falso, assim como a falsificação de documentos é crime. Ao se deparar com anúncios de venda de documento falso, denuncie!”, orienta a corporação gaúcha.
Para denunciar, a população tem ferramentas digitais disponíveis, conforme acentua o mestre e doutor em Direito, especialista no combate a golpes cibernéticos, Emerson Wendt. “A tecnologia permite que façamos isso e a sociedade só tem a ganhar podendo registrar um fato na Delegacia On-line sem sair de casa”, enfatiza o delegado de Polícia. “Com mais essa ferramenta, a Polícia Civil aproxima cada vez mais a atuação policial da sociedade, propiciando busca de conhecimentos sobre a atuação do crime sem desproteger quem denuncia”, completa Wendt.
“Art. 297. Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa”
Contatos:
- Emergências: 190
- Disque-denúncias Secretaria da Segurança Pública: 181
- WhatsApp da Polícia Civil: (51) 98444-0606
- Delegacia On-line: www.dol.rs.gov.br
- Denúncias sobre o golpe podem ser feita clicando aqui: https://pc.rs.gov.br/faca-uma-denuncia