O juiz da 7ª Vara Federal de Porto Alegre, Guilherme Beltrami, tornou pública a ação penal movida pelo Ministério Público Federal (MPF) que apura suposta fraude envolvendo a empresa Indeal, de Novo Hamburgo, que atuava no mercado de investimentos em criptomoedas. O recebimento da denúncia ocorreu no dia 24 deste mês. De acordo com entendimento do MPF, 17 pessoas participaram de um esquema ilícito. No entanto, a acusação contra dois dos denunciados não foi aceita. Conforme apuração da reportagem do OCorreio Digital, 253 moradores de Cachoeira do Sul investiram em torno de R$ 2,7 milhões na empresa.
Com a decisão de quebrar o sigilo da ação, está liberado o acesso às decisões do juiz, ingresso de recursos e andamento do processo.
A decisão mais recente foi proferida nesta segunda-feira (29). O juiz negou que um dos clientes da Indeal entrasse no processo como assistente de acusação. Decisões já proferidas bloquearam quantias e bens apreendidos da Indeal e de seus sócios e companheiros.
O juiz ainda negou pedido dos réus de manter o processo em sigilo.
No dia 21 de maio, a Polícia Federal realizou a Operação Egypto, que resultou no cumprimento de dez mandados de prisão e 25 de busca e apreensão em cinco cidades gaúchas, além de Santa Catarina e São Paulo. Cinco pessoas seguem detidas em presídios, quatro em prisão domiciliar e uma foi liberada.
Conforme relatório da Receita Federal que serviu de base ao inquérito, os auditores afirmam que a Indeal deve cerca de R$ 1,1 bilhão a 23,2 mil clientes.
A Justiça apura a prática dos crimes de organização criminosa, operação de instituição financeira sem autorização legal, evasão de divisas, gestão fraudulenta de instituição financeira, apropriação e desvio de valores de instituição financeira e emissão e comercialização de títulos e valores mobiliários.
Protesto
Na semana passada, clientes da Indeal realizaram uma manifestação de apoio à empresa em frente ao prédio do Ministério Público Federal em Porto Alegre. Segundo a assessoria de imprensa da Justiça Federal do Rio Grande do Sul, o grupo entregou um abaixo-assinado pedindo a liberação do pagamento.