Assembleia aprova projeto que reestrutura carreiras do funcionalismo

Por
Assembleia aprova projeto que reestrutura carreiras do funcionalismo
ESTADO
31 de julho de 2024 - Aprovação na Assembleia Legislativa prevê reestruturação de carreiras e reajuste a diferentes categorias / Foto: Raul Pereira/Ag. ALRS

A Assembleia Legislativa aprovou, no início da noite desta terça-feira (30), o projeto de lei (PL) encaminhado pelo governo do Estado que reorganiza quadros e carreiras do serviço público. Haverá modernização nas regras de desenvolvimento das carreiras, de modo que promoções e progressões serão atreladas ao desempenho do servidor. A proposta aprovada também concede aumento a servidores da área da segurança.

Depois de pronunciamentos e proposições de emendas – que acabaram não apreciadas com a aprovação de requerimento de preferência –, o Plenário do parlamento aprovou o PL 243/2024 por 48 votos a 2.

“A reconstrução do Rio Grande do Sul não será feita apenas com tijolos, cimento e concreto: a reconstrução se dará com pessoas. A aprovação pela Assembleia do projeto de reestruturação e aprimoramento de carreiras é um passo fundamental para a nossa recuperação enquanto Estado”, afirmou o governador Eduardo Leite.

COMO FICAM AS FORÇAS DE SEGURANÇA COM APROVAÇÃO NA ASSEMBLEIA

O reajuste para categorias das forças de segurança será de 12,49%, parcelado em janeiro e outubro de 2025 e outubro de 2026. Com o projeto aprovado, o governo do Estado encaminhará pedido ao Ministério da Fazenda solicitando antecipação para outubro de 2024 do primeiro percentual a ser aplicado. O encaminhamento é necessário por conta da Lei Complementar 206/2024, que proíbe despesas continuadas na vigência de decreto de estado de calamidade pública, em vigor por conta das enchentes recentes no RS.

O projeto ainda prevê autorização para a Brigada Militar (BM) e o Corpo de Bombeiros Militar (CBMRS) abrirem vagas no Programa de Militares Estaduais Temporários (PMET). Serão 2.731 na BM e 300 no CBMRS. O objetivo é realocar servidores que atuam em funções administrativas para a atividade ostensiva. Essas vagas somente serão criadas se houver previsão orçamentária para isso.

O projeto cria 102 funções gratificadas na Casa Militar para a Defesa Civil, com a finalidade de reforçar a estrutura de pessoal voltada à gestão eficiente de risco e de desastres.

A formulação da proposta para Estratégia de Pessoal foi liderada pela Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG). “Estruturar este projeto foi um trabalho realizado ao longo de um ano, com muita escuta e muito diálogo com as categorias e os parlamentares”, destacou a titular da SPGG Danielle Calazans. “Importante destacar que a construção da proposta foi feita com respeito ao equilíbrio fiscal e às contas públicas”, disse o secretário-adjunto da Casa Civil, Gustavo Paim.

De acordo com a justificativa encaminhada à Assembleia, a reestruturação foi elaborada para a buscar melhorias na estrutura de cargos e ainda definir parâmetros para evolução na carreira. O texto diz o seguinte: “A urgência é imposta na busca de ações com foco na atração e retenção de servidores qualificados, a partir de um modelo que incentive o desempenho pautado em entregas efetivas para a melhoria das políticas públicas e dos serviços públicos à sociedade gaúcha”.

Durante negociações com entidades de servidores e parlamentares durante a elaboração da proposta, o Executivo estadual informou que, no início de agosto, serão enviados para o parlamento projetos em regime de urgência com novos avanços na área da segurança pública.

Para a Polícia Civil, será proposta a criação de sobreaviso remunerado de 1/3 da hora extra, limitado a 1/3 do subsídio. Para a BM e o CBMRS, constará no projeto a extinção do Nível III da carreira de soldados (a mais baixa), beneficiando 9.424 servidores das duas corporações militares. Para as três vinculadas da Secretaria da Segurança Pública (SSP), será prevista a criação de funções gratificadas. Serão 239 na Polícia Civil, 64 no CBMRS e 139 na BM.

Ainda no projeto que será enviado em agosto, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) terá equiparação da amplitude (variação entre a remuneração de ingresso e a final) de 40% em todas as carreiras. Também será proposto aumento de vagas nas classes superiores, ampliando vagas disponíveis na terceira classe e na classe especial para perito criminal, perito médico-legista e técnico em perícias.

Na Superintendência dos Serviços Penintenciários (Susepe), o projeto proporá a ampliação do quadro com mais 500 agentes penitenciários e 50 agentes penitenciários administrativos, além da redistribuição de vagas entre os graus.