O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers, publicou um artigo criticando a decisão judicial que autorizou a interrupção da gravidez de uma menina de 10 anos vítima de estupro cometido pelo tio em São Mateus (ES). O bispo classifica o aborto legal como “assassinato de um bebê de mais de cinco meses”. “Por que não foi permitido esse bebê viver? Que erro ele cometeu? Qual foi seu crime? Por que uma condenação tão rápida, sem um processo justo e fora da legalidade? Por que o desprezo a tantas outras possibilidades de possíveis soluções em prol da vida? Foram muitos os envolvidos, mas o silêncio e omissão dos órgãos institucionais que têm a prerrogativa de defender a vida se entregaram às manobras de quem defende a morte de inocentes. Por quê?”, enfatiza trechos do artigo assinado pelo religioso.
O bispo alega que “duas crianças poderiam viver”. “A violência do estupro e do abuso sexual é infame e horrenda, mas a violência do aborto provocado em um ser inocente e sem defesa é tão terrível quanto”, compara.
Profissionais de saúde responsáveis pela interrupção da gestação confirmaram a realização do procedimento. A menina foi transferida de São Mateus, no norte do Espírito Santo, para o Recife, capital de Pernambuco, após decisão do juiz Antonio Moreira Fernandes, da Vara da Infância e da Juventude do município onde ela mora. Desde domingo (16), a menina está internada no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam-UPE), que fica no bairro da Encruzilhada.