Imagem a cena. De um lado, o famoso quadro de Leonardo da Vinci, “Mona Lisa”. Do outro, uma máquina. Ao escanear a obra, o conjunto de parafusos e lata é capaz de reproduzir fielmente o quadro, incluindo o enigmático sorriso. Cada detalhe. Todos. A partir de agora, com tal imagem em mente, tentaremos responder as próximas questões.
Qual o valor artístico de “Mona Lisa”? Tento responder: incalculável. A obra “original” é talvez o maior exemplo do poder criativo do ser humano. Lembre e guarde o termo “poder criativo”. Será muito útil no decorrer do texto aqui.
O quadro de Da Vinci, por ser único, é uma riqueza artística da humanidade. Mas e quando pudermos – e poderemos em breve – reproduzir todas as obras dos mais geniais pintores e escultores da história com fidelidade minuciosa? Ainda assim terão valor? Ouso mais uma vez responder: sim. Justifico: o poder criativo seguirá distinguindo o homem da máquina. Não qualquer homem, claro. Os geniais. Os artistas. Afinal, a máquina poderá reproduzir a obra. Mas não criar a “Mona Lisa”, por exemplo. Assim, precisa que o gênio Da Vinci tivesse pintado antes.
Pois bem. Seguimos com nossas reflexões avançando em mais um degrau. E se o avanço tecnológico alcançar o estágio tanto explorado na distopia literária e cinematográfica da inteligência artificial? Nesse cenário, a máquina poderia criar. Poder fazer por conta a “Mona Lisa”, mesmo sem a referência davinciana anterior. Mesmo que Da Vinco não tivesse pintado o quadro, a máquina reuniria informações de rostos e formas de expressão humana ao ponto de ela própria pintar “Mona Lisa”. Qual obra teria maior valor artístico? A “Mona Lisa” de Da Vinci ou a “Mona Lisa” da máquina dotado de inteligência? Respondi as outras anteriores. Agora, responda essa…