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Aquaman – em primeiro filme solo – chega aos cinemas

Para Jason Momoa, tudo começou há seis anos, quando ele começou a negociar com Zack Snyder sua participação em “Aquaman”. Em 2014, fechou contrato. Fez uma participação em “Batman Vs. Superman – A Origem da Justiça”, outra, um pouco maior, em “Liga da Justiça”. Snyder era o homem que estava comandando a expansão do universo da DC Comics no cinema. E aí veio a tragédia que destroçou a vida do diretor – o suicídio de sua filha. “Liga da Justiça” é sobre isso, sobre o desejo desesperado de trazer, de entre os mortos, a pessoa amada. Zack Snyder sai, Henry Cavill não vai ser mais Superman. James Wan assumiu o comando do universo marítimo de Aquaman.

Estrelando seu primeiro filme solo, Aquaman está em busca de redenção. Não só no longa de James Wan, mas na cultura pop como um todo. Criado por Paul Norris e Mort Weisinger, o herói estreou na revista More Fun Comics, em 1941. Em plena 2ª Guerra Mundial, o personagem defendia um navio com refugiados e médicos contra um submarino alemão. Não tardou para que ganhasse uma publicação própria e, em 1960, fosse um dos membros originais da Liga da Justiça.

James Wan aposta no apelo visual na nova produção da DC / Foto: Divulgação

Momoa e Amber Heard – que Snyder, seguindo a própria atriz, testou e aprovou pessoalmente para o papel de Mera – protagonizam a produção. Amber, a propósito, não estava muito convencida – tudo isso ocorreu antes do estouro de “Mulher-Maravilha”, no ano passado. Achava que mulheres, em filmes de super-heróis, são como princesas de contos de fadas, à espera do príncipe, perdão, do salvador. Snyder convenceu-a de que Mera seria forte, guerreira – e humorada. Mera passa o filme provocando Arthur Curry, o Aquaman, a quem chega a chamar de imbecil.

Aquaman sempre foi o corpo estranho do universo dos super-heróis. Um homem que fala com peixes? Arthur/Aquaman sempre se prestou às paródias de humoristas tipo a turma do “Saturday Night Live”, ou da Mad. Mas, embora o crédito da história seja do diretor James Wan (com outros), dá para perceber a mão de Zack Snyder e da mulher, Deborah, creditados como produtores associados. Arthur é filho de um faroleiro com a rainha da Atlântida, o único capaz de fazer a ponte entre terra e mar.

“Aquaman” é sobre a família. Talvez cause estranhamento o que você vai ler agora, mas o longa, que estreia nesta quinta-feira, não é bem um filme de super-herói e se arrisca a desconcertar os fãs do universo Marvel, que levam tão a sério essa mitologia pop. Na DC, as coisas tendem a ser mais flexíveis, pelo menos nesse novo universo expandido, em que relações importam mais que mitos, para autores como Snyder, ou Christopher Nolan.

“Aquaman” é uma grande aventura, uma admirável fantasia nos moldes de “Avatar”, mas na qual James Wan rende tributo não a James Cameron, mas ao mago Ray Harryhausen. À revista Total Film, Wan disse o que quis criar – um senso de magia e “wonderment”. Ele abre o filme citando Julio Verne – dois navios, circundando o globo em direções opostas, teriam fatalmente de se encontrar. “Meu pai e minha mãe, o faroleiro e a rainha da Atlântida”, diz o narrador, que não é outro senão Arthur.

Confira o trailer:

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