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Apesar de novos casos, Cachoeira segue na bandeira amarela

Crédito: Gustavo Mansur / Palácio Piratini

O Estado registrou quatro situações de bandeira vermelha nos cálculos do modelo de Distanciamento Controlado. As regiões de Caxias do Sul, Santo Ângelo, Santa Maria e Uruguaiana passaram de bandeira laranja para vermelha nesta sexta rodada do modelo, divulgada neste sábado (13) e que entra em vigor na próxima segunda-feira (15), com validade até o dia 21 de junho – com exceção das regiões em bandeira vermelha, que permanecem com essa classificação pelas próximas duas semanas. Apesar da piora de situação em parte do Estado, Cachoeira do Sul permanece na bandeira amarela, ou seja, com riscos mais baixos, mesmo após a confirmação de novos casos de COVID-19. Neste sábado (13), Cachoeira chegou a 67 confirmações.

As mudanças decorrem de dois fatores: a contínua piora dos indicadores de propagação e de capacidade do sistema de saúde e a revisão dos indicadores e dos pontos de corte realizada pelo Estado, que tornou o modelo mais sensível à evolução da doença e mais restritivo às situações mais críticas da pandemia.

Além disso, a região de Bagé passou de bandeira amarela para laranja, e a região de Santa Cruz do Sul obteve melhora nos indicadores, indo de bandeira laranja para amarela. As demais regiões não tiveram alteração na classificação final, sendo que as regiões de Taquara, Pelotas e Cachoeira do Sul permanecem em bandeira amarela.

Mesmo com os alertas feitos desde semana passada, o Estado continuou apresentando piora nos indicadores em relação à pandemia. O número de novos registros de hospitalizações por COVID-19 nos últimos sete dias, comparado à semana anterior, apresentou um aumento de 32,8%, passando de 241 para 320. O mesmo se observa com o número de internados por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em UTIs, que passou de 280 para 365 internações – crescimento de 30,4%.

SANTA MARIA E URUGUAIANA

O indicador de variação de internados por SRAG em UTI, mensurados pela macrorregião Centro-Oeste, passou de bandeira amarela para preta entre as duas semanas – efeito do aumento absoluto de internações e da redução na faixa de corte do indicador.

A região de Santa Maria e a de Uruguaiana tiveram um aumento expressivo durante a semana, passando de 14 para 25 e de quatro para oito, respectivamente.

Em Uruguaiana, o indicador de hospitalizações confirmadas para Covid-19, registradas nos últimos sete dias, também apresentou bandeira preta, com um crescimento de oito hospitalizações entre as duas semanas – de seis para 14.

Na macrorregião como um todo, apesar de o indicador de internados confirmados para COVID-19 em leitos clínicos não ter apresentado crescimento tão expressivo (de 26 para 30), os de internados pela doença (casos confirmados) em UTI elevou expressivamente (de 13 para 24).

Na sexta-feira anterior (5), a região de Santa Maria tinha nove internações e, na última sexta-feira (12), apresentava 18 – aumento de nove internações em uma semana.

Em Uruguaiana, as internações passaram de quatro para seis. Devido a esse crescimento e, também pelas alterações nos pontos de corte, o referido indicador ficou em bandeira preta, com um alerta importante para as duas regiões.

Os indicadores de estágio da evolução na região e de incidência de novos casos sobre a população também tiveram pioras nas suas bandeiras nas duas regiões – ambos com bandeira vermelha para Santa Maria e com bandeiras preta e vermelha, respectivamente, para Uruguaiana.

O indicador de projeção de número de óbitos para o período de uma semana para cada 100 mil habitantes, que substituiu o de número de óbitos nos últimos sete dias para cada 100 mil habitantes, apresentou bandeira preta nas duas regiões.

Apesar de que os indicadores de capacidade de atendimento e de mudança de capacidade de atendimento tenham se mantido entre bandeiras amarela e laranja, foram os efeitos observados de propagação do vírus e de doenças por SRAG que exerceram esse elevado alerta nas duas regiões.

Com a alteração para bandeira final vermelha, espera-se que a propagação do vírus inicie um processo de redução. Ao mesmo tempo, pode ser esperado um aumento na utilização da capacidade hospitalar no curto prazo, tendo em vista o tempo necessário entre a ação de restrição e a diminuição de crescimento nas hospitalizações.

CAXIAS DO SUL

Na região de Caxias do Sul, os registros de hospitalizações confirmadas para COVID-19 cresceram 173,9% entre as duas semanas, passando de 23 para 63 hospitalizações. Mesmo sem considerar a alteração na faixa de corte, a região teria obtido a bandeira preta nesse indicador.

Esse elevado crescimento aponta para um alerta ainda maior na região, pois se trata da velocidade do avanço da pandemia, com efeitos que podem permanecer por mais semanas.

Com relação ao número de pacientes COVID-19 em leitos de UTI, a bandeira do indicador passou de laranja para preta. Essa elevação se deve tanto à redução na faixa de corte do indicador quanto ao aumento de 31 para 44 internados entre as duas últimas sextas-feiras.

Os indicadores de incidência de novos casos sobre a população – “hospitalizações confirmadas para Covid-19 em relação à população” e “Projeção de óbitos em relação à população” apresentaram significativa piora.
Assim, considerando as mudanças nos indicadores e o elevado crescimento, ambos variaram de bandeira laranja para preta.

Por fim, o indicador de leitos de UTI livres dividido pelos leitos de UTI ocupados por pacientes COVID-19, mensurado para a macrorregião, foi o pior apresentado no Estado como um todo, sendo a macrorregião da Serra a única a apresentar bandeira preta nesse indicador. Como esse indicador reflete a capacidade de atendimento, o alerta é bastante expressivo, apontando para uma possível necessidade de transferência de pacientes para outras macrorregiões do Estado.

SANTO ÂNGELO

A região de Santo Ângelo apresentou piora em todos os indicadores que mensuram a Propagação da Doença. Dos quatro indicadores de Velocidade do Avanço, dois obtiveram bandeira preta. Para os de Estágio da Evolução e de Incidência de Novos Casos sobre a População, todos apresentaram bandeira preta. A partir disso, a região obteve a bandeira final vermelha, atingindo risco alto na região.
O número de pacientes confirmados para COVID-19 em leitos clínicos na sexta (12), na macrorregião, comparado à semana anterior, saltou de sete para 14 internados, um aumento de 100% entre as duas sextas-feiras. Com relação aos internados por SRAG em UTI, também para a macrorregião, o quantitativo passou de 12 para 17 internados.

O indicador de novos registros de hospitalizações confirmadas para COVID-19 nos últimos sete dias, mensurada para a região de Santo Ângelo conforme o local de residência e comparada com a semana anterior, também alcançou bandeira preta. O crescimento expressivo de 275%, passando de quatro para 15 hospitalizações, provoca um alerta de risco no avanço da doença.

Apesar da elevada propagação da doença, que aponta para um possível aumento futuro na utilização do sistema de saúde, os indicadores de capacidade do atendimento e da mudança na capacidade de atendimento da macrorregião Missioneira, onde está localizada a região de Santo Ângelo, foram avaliados com bandeira amarela, visto que ocorreu uma redução de internados em UTI, entre as duas sextas-feiras, que não sejam por Covid-19 ou SRAG.

BANDEIRAS VERMELHAS

A partir da revisão de indicadores e de gatilhos de segurança apresentada na quinta-feira (11), as regiões que atingiram a bandeira vermelha precisarão de duas semanas consecutivas em bandeiras menos elevadas – amarela ou laranja – para efetivamente obterem a redução.

A mudança no ponto de corte dos indicadores tem como objetivo reforçar a antecipação dos efeitos da pandemia e a segurança da população. Com base em diversas simulações de cenários, percebeu-se que o sistema de bandeiras necessitava de ajustes para sinalizar a piora de indicadores de tal modo que antecipasse de forma mais adequada o avanço da pandemia no Estado.

Para alcançar essa antecedência, foi preciso um esforço conjunto de uma equipe técnica multidisciplinar, que permanece se reunindo diariamente para acompanhar o avanço da COVID-19 no Estado. Assim, os pontos de corte se tornaram mais estreitos e passam a refletir melhor a realidade, conferindo maior segurança ao modelo, que se torna mais sensível a mudanças para garantir o atendimento no futuro.
A implementação da ‘Regra das Bandeiras Preta e Vermelha’ faz com que, caso uma região atinja bandeira final vermelha ou preta, seja preciso duas semanas consecutivas com bandeiras menos graves para que a região possa obter redução na classificação de risco.

O objetivo deste gatilho de segurança é o de assegurar e caracterizar a efetiva melhora nas condições de uma região. Assim, as quatro regiões do Estado que atingiram a bandeira final vermelha deverão cumprir na íntegra essa regra para efetivamente retornarem a bandeiras amarela ou laranja.

Por último, as regiões com situação de bandeira vermelha não poderão ter regras mais brandas que as estipuladas nos decretos estaduais, portarias da saúde e protocolos segmentados. A flexibilização disposta no Distanciamento Controlado aos municípios é permitida apenas em situações de bandeiras amarela e laranja. No caso de medidas mais restritivas, os municípios podem adotar.

REGIÕES DE ALERTA

Na macrorregião Metropolitana, as regiões de Porto Alegre, Canoas, Novo Hamburgo e Capão da Canoa permanecem em situação de alerta. Apesar de permanecerem com bandeiras laranja, as quatro regiões apresentaram piora nos indicadores de propagação na última semana.

Impulsionados pelo crescimento do número de registros de hospitalizações confirmadas para COVID-19 entre as duas últimas semanas, as regiões de Porto Alegre e de Capão da Canoa atingiram bandeiras preta no indicador – de 58 para 89 em Porto alegre, e de três para dez em Capão da Canoa.

Além disso, em toda a macrorregião Metropolitana, o número de pacientes confirmados para COVID-19 em leitos de UTI, na sexta-feira (12/6), aumentou em 29 internados – de 68 para 97. Com relação aos internados em leitos clínicos, o aumento foi 17,7% – de 119 para 140 internados.

Também com relação a esses dois indicadores, a região de Novo Hamburgo apresentou um aumento expressivo tanto de internados em leitos de UTI por SRAG – de 11 para 22 -, quanto de internados em leitos clínicos confirmados para COVID-19 – nesta última, passando de dois para 19 internados.

Apesar dos aumentos na propagação da COVID-19 e por SRAG, a macrorregião Metropolitana permaneceu em bandeiras amarela e laranja devido à elevada capacidade de atendimento do sistema de saúde. A elevação do número total de leitos entre as últimas semanas, principalmente na região de Porto Alegre, contribuiu para que esses indicadores permanecessem com bandeiras amarela e laranja. Porém, se a piora dos indicadores de propagação permanecer e provocar aumento na utilização da capacidade do sistema de saúde, as regiões podem migrar para bandeiras finais vermelha nas próximas atualizações.

PIORA EM BAGÉ

A melhora na Capacidade de Atendimento da macrorregião Sul não foi suficiente para compensar a piora em quatro indicadores de Propagação de COVID-19 na região de Bagé. Além disso, houve seis registros de hospitalização nos últimos 14 dias, impedindo a utilização do benefício da trava de redução da bandeira.

MELHORA EM SANTA CRUZ DO SUL

A região de Santa Cruz do Sul apresentou melhora em três indicadores considerados para fins de cálculo das bandeiras. Apesar de apresentar piora na variação do número de confirmados em leitos clínicos, o efeito positivo dos demais foi suficiente para levar a região à bandeira amarela.

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