Essa expressão muito utilizada para demonstrar de forma bem humorada ou não, situações em que estejam presentes os elementos confusão, falta de direção, paralisia diante de algumas situações, ou, de forma mais definida a sensação do piloto não estar no comando, de que vamos cair e de que não há o que ser feito, é o que chamamos de “pânico”.
A palavra de origem grega panikon, é derivada do nome do deus Pã. Essa figura mitológica grega, era uma divindade que tinha domínio sobre as montanhas e florestas, era também protetor dos animais, pastores e caçadores, mas apesar de seu comportamento gentil e da música de sua flauta, Pã era rejeitado por sua feiura, metade homem e metade animal, com chifres, patas e pelos de bode. Pã aterrorizava as pessoas em aparições inesperadas, daí ser descrito como pânico um terror que surge de forma infundada ou repentina.
Muitas pessoas descrevem a sensação como algo que “aparece do nada”, sem motivos ou causa aparente. De fato, o pânico tem essa característica repentina, juntamente com outras sensações como coração acelerado, medo de morrer, dores no peito, falta de ar, sensação de estranheza ao ambiente e despersonalização, ou a sensação de estranheza consigo mesmo, de não se reconhecer. Alguns destes sintomas, inclusive são os mesmos provocados pelo coronavírus, fazendo com que muitas pessoas procurem atendimento médico nas urgências dos hospitais, por pensarem que se trata de outras doenças relacionadas. Não é raro, pessoas acharem que vão ter um infarto e após avaliação médica não demonstram nenhum problema cardíaco.
E já que falei sobre o Coronavírus (que eu sei, todo está cansado de ouvir, mas às vezes, é necessário lembrar), preciso alertar que situações como a que vivemos na pandemia, aumentam consideravelmente o número de pessoas que sofre com ataques de pânico, e com a sensação de quem não tem mais controle sobre sua vida, ou o mais ainda, a sensação de e “agora, como vai ser?” e um rápido mergulho no caos do avião sem piloto invade o corpo e a mente. Portanto, é preciso estar atento até mesmo com familiares que podem estar sofrendo com isso e não conseguem falar ou buscar ajuda.
Buscar ajuda para entender o que sente é fundamental nessas situações, pois ataques de pânico recorrentes indicam que temos um transtorno de pânico, que precisa ser avaliado por profissionais especializados.
Entender o que sente, buscar ajuda é o passo principal para perder o “medo da feiura de Pã “ e passar a vê-lo apenas como um protetor da floresta, dos animais e de todos que ali passavam, seu trunfo era o susto, talvez se a gente olhar de novo ele pode não ser tão feio assim.
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Vanessa Santos – Psicóloga CRP 07/25298
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