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Análises apontam resíduos de agrotóxicos em água de Cachoeira do Sul

Uma avaliação realizada na água que abasteceu cidades brasileiras entre 2014 e 2017 revela a presença de resíduos de agrotóxicos em Cachoeira do Sul: Atrazina, DDT e Metolacroro. As substâncias são associadas a doenças crônicas (câncer, defeitos congênitos e distúrbios endócrinos). O Mapa da Toxicidade da Água, foi feito pelo Ministério da Saúde. As empresas de abastecimento de 1.396 municípios detectaram todos os 27 pesticidas que são obrigados por lei a testar. Do total, 16 são classificados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como extremamente ou altamente tóxicos e 11 estão ligados ao desenvolvimento de doenças crônicas como câncer, malformação fetal, disfunções hormonais e reprodutivas.

Estudo tem base em amostras entre 2014 e 2017 / Foto: EBC

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ATRAZINA
O herbicida está na lista da Pesticide Action Network (PAN) avaliado como Altamente Perigoso. A atrazina é classificada pela União Europeia como uma substância com evidências de causar distúrbios endócrinos, que afeta o sistema hormonal.

Classificação no Brasil: III (Medianamente Tóxico)

Autorizado no Brasil

Proibido na União Europeia

Percentual de detecção na água do Brasil: 84% (30.055 detecções de 35.577 testes feitos em todo o país)

Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 16

Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 3.914

Limite máximo permitido na água do Brasil: 2µg/L

Limite máximo permitido na água da União Europeia: 0.1μg/L

Total vendido no Brasil em 2017: 24.730,90 segundo dados do Ibama

METOLACLORO
O herbicida é classificada como uma substância de alta persistência, além de ser considerado muito perigoso para o meio ambiente. No Mato Grosso, estado que mais consome agrotóxicos no Brasil, um estudo da Universidade Federal encontrou resíduos do pesticida em poços artesianos.

Classificação no Brasil: III (Medianamente Tóxico)

Autorizado no Brasil

Proibido na União Europeia

Percentual de detecção na água do Brasil: 84% (29.467 detecções de 35.236 testes feitos em todo o país)

Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 6 Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 3.477

Limite máximo permitido na água do Brasil: 10µg/L

DDT
O agrotóxico está na lista da Pesticide Action Network (PAN) avaliado como Altamente Perigoso. O inseticida foi também classificado pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) como provavelmente carcinogênico para humanos. Estudo encontraram associações positivas entre a exposição ao DDT ao câncer testicular e câncer de fígado. Houve também fortes evidências experimentais de que o DDT pode afetar os sistemas imunológico e sexuais.

Classificação no Brasil: I (Extremamente Tóxico)

Proibido no Brasil

Proibido na União Europeia

Percentual de detecção na água do Brasil: 84% (28.011 detecções de 33.371 testes feitos em todo o país)

Número de vezes em que a concentração detectada estava acima do limite Brasileiro: 19

Número de vezes que a concentração detectada estava acima do limite da União Europeia: 2.808

Limite máximo permitido na água do Brasil: 1µg/L

Limite máximo permitido na água da União Europeia: 0.1μg/L

Total vendido no Brasil em 2017: sem vendas registradas no Ibama

Corsan

A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) informa que a água distribuída à população nos 317 municípios gaúchos atende “rigorosamente a legislação brasileira” que determina os parâmetros de potabilidade da água para os sistemas de abastecimento. Além disso, são monitorados outros 46 tipos em atendimento à legislação estadual (Portaria 320/2014 da Secretaria da Saúde).

Os dados utilizados na pesquisa apresentada têm base em amostras de água bruta (ainda não tratada). A empresa informa que, ao ser detectado algum agrotóxico na água bruta, é realizada a análise da água tratada correspondente, não havendo histórico de presença desse agente após o tratamento.

Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde explica que os dados não estão consolidados. A nota diz ainda que a exposição aos agrotóxicos é um problema de saúde pública e cada situação deve ser analisada individualmente.

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