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ALERTA! REGISTROS DE GOLPES CRESCEM 178% EM CACHOEIRA

Crédito: Freepik

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A reportagem do Portal OCorreio realizou levantamento sobre os registros de ocorrências de estelionato em Cachoeira do Sul no período de um ano. No comparativo entre 2020 e 2019, a apuração descobriu um aumento de 178,2% nos registros de ataques golpistas contra cachoeirenses no período.

Entre o Natal e começo de ano, os casos ganham ainda mais volume em função do aumento também de montante financeiro que circula com a população, incluindo dinheiro de férias, 13º salário e compras de presentes. Com a utilização da Internet, os golpistas potencializam as chances de fazer um número maior de vítimas. Para servir de alerta contra o tipo de crime, o OC elaborou um apanhado dos principais golpes aplicados, com base em orientações da Polícia Civil. Confira:

GOLPE DO AUXÍLIO EMERGENCIAL

Por meio de uma mensagem, o golpista ilude a pessoa afirmando que ela se enquadra no perfil para receber ajuda financeira do Governo, no valor que varia entre R$ 600 e R$ 1,2 mil. Para ter acesso ao dinheiro, bastaria fazer um cadastro por meio do link informado na mensagem. Na verdade, a armadilha está pronta a partir dessa fase do golpe. Nesse link, a vítima deve informar dados pessoais, como CPF, endereço, número da conta bancária e senha. O problema é que, a partir dessas informações, o cibercriminoso efetua diversos golpes, como abrir contas em bancos virtuais e solicitar cartões de crédito; ou abrir uma empresa fantasma em nome da vítima.

Crédito: EBC

A orientação é sempre desconfiar de links enviados por WhatsApp, ainda mais quando estiverem associados a mensagens imediatistas, como “acesso somente nas próximas horas”, “último dia para o saque”, “o benefício se encerra hoje”. Órgãos do Governo Federal não solicitam dados pessoais por meio de mensagens. Nunca preencha formulários com informações pessoais, principalmente CPF e dados bancários. Esses formulários geralmente chegam até as vítimas por mensagens no WhatsApp.

Outra dica é verificar junto ao site do Governo Federal a veracidade da informação. Se o benefício realmente existir, as regras para obtê-lo e o perfil de quem se enquadra estarão no site do Governo. Tenha um bom antivírus em seu celular e no seu computador. No celular é importante manter o sistema operacional do aparelho atualizado. Por fim, nunca compartilhe mensagens com links maliciosos, dos quais você não tem certeza da veracidade, confiabilidade e origem.

Crédito: Freepik

GOLPES EM SITES DE COMPRAS ON-LINE

A vítima faz um anúncio em algum site de compras on-line, expondo seu número de telefone para contato. De posse do número de telefone, o golpista, por mensagem ou ligação telefônica, engana a vítima dizendo que há a necessidade de atualização da conta/cadastro no site ou verificação do anúncio. Para validar a “atualização” ou “confirmação” do anúncio, o golpista solicita que a vítima informe os seis dígitos numéricos que ela receberá via SMS em seu celular. Todavia, estes números são, na verdade, o código de validação da conta do WhatsApp.

Para evitar ser a próxima vítima do golpe, a orientação é habilitar a dupla verificação no WhatsApp, além de não repassar códigos recebidos via SMS sem antes verificar a veracidade da solicitação feita pelo interlocutor.

GOLPE DO FALSO SITE DE INTERNET

Bandidos criam sites falsos de venda de mercadoria (eletrônicos, eletrodomésticos, etc.). Este golpe costuma ter maior incidência em datas comemorativas e promocionais, como por exemplo, a Black Friday. O golpista usa endereços de empresas famosas, alterando só o final do endereço eletrônico, bem como usam o layout dos sites conhecidos, tudo para ludibriar a vítima, fazendo-a pensar que se trata do site verdadeiro.

Observe com cuidado todo o endereço eletrônico. Pesquise a reputação da empresa eletrônica em que pretende efetuar a compra. Desconfie de objetos que estejam à venda por preço muito abaixo daquele praticado no mercado.

GOLPE DO INTERMEDIADOR DE VENDAS

O golpista pega o telefone da vítima em sites de compras, e diz que tem interesse no objeto anunciado. Com o início da negociação, ele pede para que o anúncio seja retirado da plataforma. Com as informações do bem anunciado, o golpista cria um novo anúncio com as fotos da vítima, mas com um valor bem abaixo do preço praticado, o que desperta interesse de outras vítimas. Com a vítima interessada em vender o bem o golpista diz que comprará e pagará uma dívida que possui com algum cliente, sócio, amigo ou irmão, e, portanto pede silêncio no momento da apresentar o objeto para a segunda vítima, prometendo algum lucro financeiro nesta negociação silenciosa. Já a vítima interessada em comprar, também é orientada a se manter em silêncio e por isso ganhará um desconto.

Com todo esse enredo, o golpista fornece uma ou algumas contas bancárias diversas da conta da vítima que está vendendo o bem, normalmente de terceiros “laranjas”. Com a transferência ou até antes dela, as vítimas ainda são orientadas a irem até um cartório e preencherem o recibo do veículo (quando a negociação é de carro), tudo para dar mais veracidade ao golpe. Quando ambas as vítimas percebem o golpe, o recibo já foi preenchido e todo o dinheiro da negociação foi parar na conta de um bandido, que logo em seguida saca todo o montante da conta, o que impede a recuperação do dinheiro.

Para reduzir a possibilidade de cair no golpe, mantenha o diálogo aberto entre vendedor e comprador. Ainda cabe sempre procurar ver o objeto anunciado pessoalmente, em local público, movimentado e durante o dia, além de conversar e reforçar a negociação também presencialmente. Na hora de fazer o pagamento, a orientação é verificar o nome, CPF e número da conta do beneficiário.

GOLPE DO DEPÓSITO COM ENVELOPE VAZIO

Geralmente a vítima fez algum anúncio para venda de um determinado bem/objeto. O anúncio normalmente é feito pela internet em sites de compras ou por redes sociais. Após a negociação, o golpista faz o depósito do valor acertado em um caixa eletrônico ou lotérica, mas não deposita dentro do envelope o valor do bem/objeto. O golpista encaminha foto do comprovante de depósito e a vítima confirma o recebimento em consulta à sua conta pelo aplicativo do banco. Como a verificação bancária do depósito demora algumas horas, ou às vezes só é realizada no próximo dia útil, o valor fica aparecendo como depositado até que se
verifique que o depósito não foi satisfeito. Até lá, a vítima já entregou o bem (normalmente o golpista manda um motorista por aplicativo buscar no mesmo dia do depósito o objeto).

Quando realizada uma negociação pela internet, aguarde sempre a compensação do depósito bancário. É bom esperar o próximo dia útil para que haja a confirmação da entrada do dinheiro na conta.

CLONAGEM DO WHATSAPP

Os golpistas têm diversos meios de conseguir o número da vítima, mas o mais usual é que seja retirado de anúncios em plataformas de sites de compras ou anúncios públicos (que abrangem não só os contatos da vítima) em redes sociais. As vítimas recebem um torpedo de SMS no qual consta um código de seis dígitos.

Ao fingir ser funcionário da plataforma de anúncio, o estelionatário solicita o código, alegando que isso é necessário para ativar o anúncio. Outras vezes alegam que houve duplicidade de anúncio, com valores diferentes. Para tal, os criminosos solicitam a verificação da vítima com dados pessoais (nome completo, CPF, RG, endereço) e finalizando solicitam o código de seis dígitos. Este código é uma verificação do WhatsApp, ou seja, o golpista digitou o número de celular da vítima no celular dele para ativar o WhatsApp. Este código de verificação para habilitar o WhatsApp foi enviado para o celular da vítima. É por este motivo que o bandido solicita o código, se aproveitando da vítima, de que este seria um passo necessário para
habilitar o anúncio, induzindo a vítima a fornecê-lo. De posse desse código o golpista desvia o WhatsApp da vítima para o aplicativo instalado no celular dele, e a vítima perde o acesso ao aplicativo. Com tal feito, ele conversa com os amigos da vítima, se fazendo passar por ela, fala que está sem dinheiro, com algum problema na conta ou cartão de crédito bloqueado e solicita dinheiro emprestado, se comprometendo a pagar no dia seguinte.

Crédito: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

Os amigos da vítima, acreditando estarem falando com pessoa de sua confiança, acabam transferindo o dinheiro para a conta bancária informada, que normalmente é de algum laranja. Assim que a transferência é feita, eles também se tornam vítima do golpe.

É importante habilitar a “confirmação em duas etapas” do WhatsApp. Para isso, clique em “Configurações/Ajustes”, depois clique em “Conta” e depois em “confirmação em duas etapas”; habilitar senha de 6 dígitos numéricos. Jamais enviar para qualquer pessoa o código de seis números que chegar por torpedo SMS. Caso já tenha enviado o código, a vítima pode enviar mensagem para o e-mail support@whatsapp.com pedindo a desativação temporária de sua conta do WhatsApp, explicando o que
ocorreu, bem como o seu número. Posteriormente, após receber o e-mail do WhatsApp no prazo de 30 dias, configure-o com o seu número de celular.

Caso você receba uma mensagem de algum contato solicitando empréstimo de dinheiro ou depósito de algum valor em uma determinada conta, verifique com seu amigo a veracidade desta solicitação. E, caso seja verdade, antes de qualquer confirmação de depósito, verifique o destinatário (nome, CPF, agência bancária).

GOLPE DO BILHETE PREMIADO

A vítima (na maioria das vezes, idosa) é abordada por uma pessoa humilde, que pede algumas informações, dizendo ter um bilhete de loteria premiado. O golpista, suposto ganhador da loteria, alega ter medo de ser enganado na hora de resgatar o prêmio ou que não teria os documentos necessários para sacar o prêmio, ou ainda que tem ações na justiça que o impediriam de receber o prêmio. Há vezes ainda em que o golpista alega motivos religiosos para não aceitar a premiação. Em seguida entra em cena o segundo golpista, um sujeito mais bem arrumado, que alega ter ouvido toda a conversa. Às vezes o primeiro golpista também aborda o seu comparsa, como se quisesse tirar alguma dúvida. Este segundo sujeito simula falar com
alguém da Caixa Econômica Federal para confirmar a veracidade do prêmio. Nesse ponto, o golpista bem vestido propõe que a vítima fique com o bilhete e em contrapartida, repasse algum valor para o suposto ganhador do prêmio. Geralmente eles acompanham a vítima até uma agência bancária para fazer o saque do dinheiro, ou transferência “como garantia de que o humilde suposto ganhador não seja enganado”, e então entregam o bilhete premido.

É preciso desconfiar de ganho fácil de dinheiro, ainda mais em abordagens na rua por desconhecidos. Desconfie sempre. Caso alguém peça ajuda em alguma situação semelhante, diga que não pode ajudar e procure uma Delegacia de Polícia mais próxima para informar o fato.

GOLPE DO FALSO SEQUESTRO

O golpista liga de maneira aleatória para diversos números. Geralmente ele está preso e possui tempo de sobra para efetuar ligações. A vítima atende e o bandido grita no fundo, como se fosse uma pessoa “sequestrada”. A vítima desesperada fala o nome de um filho, sobrinho, alguém próximo. Com isso, o bandido consegue a informação que ele queria para fazer a vítima acreditar que se trata de um sequestro de verdade. No desespero, a vítima não percebe que foi ela mesma quem forneceu o nome do sequestrado, e às vezes, com o nervosismo, não percebe a diferença na voz. Neste momento o golpista pede que a vítima não desligue, que ela fique na linha até que alguém faça a transferência de um determinado valor para
a conta de algum “laranja”.

Desligue o telefone e faça contato com o suposto familiar que teria sido sequestrado. Caso tenha receio de desligar, acreditando ser verdadeiro o sequestro, peça para alguém próximo (um familiar ou vizinho) que faça contato com a suposta vítima do sequestro para saber se está tudo bem.

GOLPE DO CARTÃO DE CRÉDITO CLONADO

Como funciona o golpe: O golpista faz contato com a vítima se apresentando como alguém do cartão de crédito alegando que houve uma compra duvidosa no cartão da vítima e solicita que esta confirme ou não a compra. Como a vítima não reconhece esta compra, o golpista solicita que a vítima ligue para o 0800 que consta no verso do cartão para solicitar o cancelamento da compra e bloqueio do cartão. Neste momento, a vítima não percebe que o golpista continuou na ligação.

Após “discar” para o 0800, o golpista coloca uma gravação como se fosse do banco. Acreditando que está falando com uma pessoa da operadora do cartão, acaba fornecendo seus dados pessoais (nome completo, RG, CPF, data de nascimento e endereço para onde é encaminhada a fatura) e do cartão de crédito (número do cartão, nome como consta no cartão, data de vencimento da fatura, data de validade do cartão e código verificador – aquele de três dígitos no verso do cartão e senha). Depois de obter estas informações, o suposto atendente do cartão informa que enviará uma pessoa (funcionário do banco ou motoboy que trabalhe para o banco) para recolher o cartão clonado. Com o cartão em mãos e todos os dados pessoais da vítima, os golpistas fazem compras em diversas lojas físicas ou sites.

Caso você receba alguma ligação de qualquer loja, instituição financeira ou administradora de cartão de crédito, dizendo que seu cartão foi clonado, ou querendo que você confirme alguma compra que você não tenha feito, procure a sua agência bancária ou faça contato com o seu gerente de conta. Jamais entregue o seu cartão a alguém. Nenhuma instituição financeira ou administradora de cartões de crédito envia pessoas nas residências dos clientes para recolher cartões clonados.

GOLPE DA TROCA DE CARTÃO

A vítima, após ser observada inserindo os dados do cartão no caixa eletrônico por um dos golpistas, é abordada ao sair da agência bancária por pessoa que se apresenta como funcionário do banco. O golpista normalmente está bem vestido e apresenta um “crachá” do banco. Esta pessoa alega que houve algum problema na transação efetuada ou na máquina e solicita que a vítima retorne ao caixa eletrônico para verificarem a transação. Neste momento ele “auxilia” a vítima e rapidamente efetua a troca do cartão. Às vezes, o golpista solicita apenas para verificar o cartão e neste momento efetua a troca.

Crédito: Arquivo/EBC

Nunca entregue seu cartão a terceiros. Caso precise de ajuda na agência bancária, procure sempre o funcionário da Instituição Financeira e mesmo assim, não entregue seu cartão. Escute as orientações e faça o procedimento. Caso não tenha muito conhecimento para operar a máquina, peça para que alguém de sua confiança o acompanhe até o banco.

GOLPE DO BOLETO FALSO

Em tempos de pandemia, em razão do isolamento, muitas pessoas estão fazendo compras pela internet, redes sociais e até mesmo WhatsApp. Muitas vezes a vítima não está com acesso seguro aos sites visitados, seja pelo computador, seja pelo celular. Diversas são as formas de manipular a vítima neste momento. Pode ser por uma falsa página de alguma loja ou falso contato pelo WhatsApp para venda direta. Neste momento é emitido o boleto bancário para pagamento da compra efetuada. Este boleto possui cabeçalho e imagens aparentemente da loja/empresa em que a vítima estava negociando.

O golpe pode ser realizado tanto com a manipulação do código de barras do documento ou com a criação de páginas falsas que oferecem o download da “fatura”. Neste momento o valor transferido/pago vai para a conta bancária do golpista ou de um “laranja”.

Verifique sempre os dados do destinatário do boleto emitido. Antes de confirmar a transação ou pagamento, verifique se os dados do beneficiário conferem com os dados da loja/empresa. Caso queira emitir uma segunda via de algum boleto, procure o site oficial do credor e verifique os dados do boleto emitido.

GOLPE DO FALSO EMPRÉSTIMO

Como funciona o golpe: Os golpistas fazem anúncios em sites, redes sociais ou até mesmo ofertas pelo WhatsApp. A oferta é bem tentadora: crédito fácil e rápido, juros mais baixos do que aqueles operados por Instituições Financeiras, possibilidade de pagar em diversas parcelas, sem consulta ao SPC/Serasa, e, caso a vítima esteja negativada, não impediria a concessão do crédito.

Onde entra o golpe? Eles alegam que para que o crédito seja liberado para a vítima, é necessário que ela pague uma taxa! Os golpistas usam diversas alegações, seja taxa de abertura de crédito, taxa exigida pelo Banco Central, seguro de crédito, etc.

A exigência de um depósito antecipado para a liberação do crédito facilita a identificação do golpe. Lembre-se instituições bancárias e financeiras não solicitam depósito prévio. Você toma o dinheiro antes e paga depois. Não confie em ganhos fáceis e promessas extremamente vantajosas. Ainda mais se você não procurou uma Instituição Financeira, vinculada ao Banco Central. Desconfie. Procure sempre pesquisar o nome da Instituição na Internet, antes da realização de qualquer contrato. Mesmo em tempos de pandemia, opte por fazer algum financiamento presencialmente no Banco ou Financeira. Caso você não entenda muito dos trâmites, solicite ajuda de uma pessoa de sua confiança.

GOLPE DA TROCA DE FOTOS ÍNTIMAS

Os golpistas utilizam as redes sociais para enganar suas vítimas. As vítimas podem ser homens ou mulheres, mas mais usualmente são homens, maiores de idade, e muitas vezes casados. O golpista utiliza um perfil falso, muitas vezes com a foto de uma jovem bonita e atraente. Eles começam uma amizade e logo o golpista, seja uma “jovem moça” ou um “rapaz atraente” – conforme descrições das vítimas, envia fotos íntimas suas e pede para que a vítima faça o mesmo. De posse dessas fotos íntimas da vítima, outro golpista entra em cena: o suposto pai ou padrasto da(o) jovem, alegando que este último é menor de idade e que a vítima estaria praticando o crime de pedofilia pela Internet.

Para que o pai/padrasto não leve o caso para a Polícia, ou não conte tudo para a esposa/marido da vítima, exige que seja paga uma quantia em dinheiro. Algumas vezes, os golpistas se fazem passar por policiais civis, alegando que as fotos já fazem parte de um Inquérito Policial e solicitam o depósito para que “a investigação seja arquivada”.

Não troque, nem compartilhe fotos íntimas pela internet. Depois que a foto ou vídeo foi compartilhado, ele pode circular por milhares de pessoas. Desconfie de solicitações de amizades de pessoas que você não conhece. E o mais importante: pedofilia é crime.

GOLPE DO PARENTE QUE QUEBROU O CARRO

O criminoso liga aleatoriamente para as vítimas. Dependendo se quem atende for homem ou mulher, ele logo fala: “oi tio/tia, sabe quem está falando?” Caso a vítima diga um nome, achando ser algum sobrinho ou parente distante, já deu para o golpista o que ele queria. Algumas vezes a vítima fala que não se recorda e o golpista usa do artifício “não lembra mais de mim”. A vítima, constrangida, acaba continuando o diálogo e se sujeitando ao que o golpista fala. Com isso, ele conta uma história que seu carro quebrou e que precisa de ajuda, solicitando que a vítima faça uma transferência para determinada conta (seja do mecânico, da ferragem, ou da borracharia para pagar o conserto do carro).

Não faça transferências ou dê dinheiro para terceiros. Deligue o telefone e faça contato com o familiar que você achava estar falando. Caso a pessoa esteja realmente em apuros, você ainda poderá ajudá-lo.

GOLPE DO BOOK FOTOGRÁFICO

Geralmente, as vítimas aqui abordadas são idosas. Os golpistas abordam os mais idosos com a promessa de brindes, maquiagens e fotos gratuitas. Assim, após serem persuadidas, as vítimas aceitam fazer as fotos nos pequenos estúdios. Depois de uma produção de maquiagem, trocas de roupas e diversas fotos vem a surpresa: na saída as vítimas são constrangidas a pagar pelas fotos com valores bem altos.

Não aceite propostas de abordagens na rua. Se você tem interesse em fazer um book fotográfico, procure empresariado sério e pesquise sobre a reputação desta na Internet.

MAIS DICAS

1. Não forneça seus dados pessoais (como nome completo, CPF, RG, endereço, número da conta bancária e senha) para estranhos, em ligações telefônicas, mensagens SMS ou WhatsApp;
2. Desconfie sempre de ofertas de produtos com preços abaixo dos praticados em mercado;
3. Não converse com estranhos na rua, tão pouco aceite propostas que pareçam ser muito boas e que lhe trariam alguma espécie de “vantagem”;
4. Saiba que a aparência engana! Estelionatários falam bem, estão normalmente bem vestidos e facilmente persuadem as vítimas. Tome estes cuidados para não se tornar uma;
5. Não troque fotos nem vídeos íntimos pela internet/rede social. Lembre-se: pedofilia é crime;
6. Em caso de dúvida, procure sempre alguém de sua confiança e peça ajuda;
7. Se você sabe de alguém que pode estar praticando algum destes golpes, denuncie para a Polícia;
8. Caso você tenha sido vítima de algum destes golpes, procure a Polícia Civil. Em tempos de pandemia, você pode registrar a ocorrência AQUI.

POLÍCIA x GOLPES PELA INTERNET

Um dos principais nomes no Rio Grande do Sul em relação ao tema cibersegurança é o delegado Emerson Wendt, especialista na área. “É uma preocupação global. E as legislações têm muito a evoluir, pois a sociedade espera que o Direito resolva os problemas da Tecnologia da Informação, efetivando um controle sobre as condutas, quando essa perspectiva não é realista”, detalha Wendt. “O Direito tem a possibilidade de contingenciar os riscos do dia a dia de qualquer atividade. Especialmente, o Direito Penal, deve ser a última razão de contingenciamento, estabelecendo a conduta e penas respectivas àquelas condutas que trazem danos aos dados ou a informação”, completa o delegado.

Para dar apoio ao trabalho das delegacias comuns no combate a crimes cometidos online, foram criadas as delegacias especializadas em crimes cibernéticos. Esses espaços buscam atender melhor vítimas de ataques dos golpistas. A reportagem do Portal OCorreio localizou um dos alvos. Uma estudante que foi vítima de uma fraude na Internet. Na expectativa de obter descontos e benefícios em compras on-line, ela clicou em um link com uma promoção falsa de passagem aérea, que deixou seu celular com vírus. “Meus aplicativos não abriam e o aparelho ficou muito lento, tive que levar para o técnico consertar e gastei dinheiro com isso”, relembra a jovem, que terá sua identidade preservada.

Embora acredite que os responsáveis por esse tipo de golpe devam ser punidos, a estudante conta que, quando sofreu um ataque do gênero, não soube quais providências tomar. Ela não conhecia as delegacias especializadas. “Fiquei indignada e sem saber a quem recorrer para denunciar”, explica. A vítima relata, ainda, a sensação de desamparo diante do caso. “Na Internet não sabemos quem está do outro lado’’, enfatiza.

A estudante está longe de ser exceção ao enfrentar problemas como esse. Se em Cachoeira houve um aumento de 92 registros de ataques golpistas em 2019 para 256 até novembro de 2020, cerca de 15 milhões de brasileiros caem em golpes on-line a cada mês, conforme dados da Polícia Civil.

Levantamento dos registros oficiais ainda indicam aumento dos ataques em datas especiais, em que os criminosos aproveitam para espalhar promoções e links falsos. Por isso, o delegado especializado em crimes cibernéticos também destaca a relevância de se ter cautela em compras on-line: “Quando quiser efetivar alguma compra pela Internet, cuidado com os preços abaixo dos valores de mercado e com sites novos e que não possuem uma política de uso clara e endereços físicos conhecidos”, ressalta o especialista. Segundo o delegado, é fundamental que o usuário pesquise a origem, a legitimidade e a reputação do site, além do valor do produto em outras lojas, para considerar o melhor custo benefício em sites confiáveis.

A empresa PSafe, especializada em desenvolvimento de aplicativos de segurança, listou os 10 estados mais visados por hackers no Brasil. São eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Piauí, Santa Catarina e Ceará. Confira o ranking abaixo:

Fonte: Anatel, com informações da empresa PSafe

O diretor do DFNDR Lab*, Emilio Simoni, recomenda, ainda, que os usuários tenham comportamento preventivo ao navegar na Internet. “As pessoas devem ficar atentas a qualquer tipo de promoções exageradas e também ao compartilhamento de informações pessoais”, alerta. Outra dica do especialista é que os usuários recorram a softwares de segurança com a função antiphishing, uma vez que, segundo ele, esse sistema é capaz de detectar muitas das ameaças existentes no mundo virtual.

Uma das técnicas mais usadas pelos golpistas que utilizam conhecimento em informática é o emprego de um malware, que consiste em qualquer software mal-intencionado que tem como objetivo invadir computadores. Dentre suas variações mais conhecidas e usadas, está o phishing, prática voltada para obter informações sigilosas, como dados pessoais e financeiros.

Em decorrência desses ataques, Wendt ressalta a importância de os usuários tomarem cuidado ao navegar on-line. “Além de ter antivírus e um sistema operacional atualizado, é preciso não clicar em links oriundos de e-mails e cuidar para não instalar vulnerabilidades nos computadores e celulares”, recomenda. “Não confie em links suspeitos, nem mesmo vindos do e-mail do melhor amigo ou amiga, pois eles podem estar infectados”, finaliza.

*O DFNDR Lab é o laboratório especializado em segurança digital da PSafe. Formado por uma equipe de especialistas em cibersegurança, o DFNDR Lab utiliza técnicas de inteligência artificial e machine learning para detectar, analisar e alertar a população sobre os mais recentes e sofisticados ataques cibernéticos.

ARTIGO 171

O crime de estelionato exige quatro requisitos, obrigatórios para sua caracterização: 1) obtenção de vantagem ilícita; 2) causar prejuízo a outra pessoa; ; 3) uso de meio de ardil, ou artimanha, 4) enganar alguém ou a leva-lo a erro. A ausência de um dos quatro elementos, seja qual for, impede a caracterização do estelionato. Alguns golpes comuns que são enquadrados como estelionato são o golpe do bilhete premiado e o golpe do falso emprego.

Cabe ainda salientar que o crime aceita apenas a forma dolosa, ou seja, que haja real intenção de lesar, não havendo previsão forma culposa, ou sem intenção.

Confira trecho do texto legal do artigo 171:

“Art. 171 – Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”

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