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Agronegócio sente as consequências da enchente

Enchente na Porteira Sete, interior de Cachoeira do Sul, se aproxima da sede da Granja Kochenborger / Foto: Divulgação/Granja Kochenborger

Enchente na Porteira Sete, interior de Cachoeira do Sul, se aproxima da sede da Granja Kochenborger / Foto: Divulgação/Granja Kochenborger

A enchente que castiga o Rio Grande do Sul nas últimas semanas traz consequências ao agronegócio. Nos próximos dias, por exemplo, começa o período de plantio do arroz, que deverá atrasar na safra 2023/2024 porque as áreas de cultivo estão debaixo d’água. A situação preocupa o setor produtivo, porque atraso na semeadura pode resultar, lá na frente, na colheita, em perdas na produção e em produtividade.

Dirigente arrozeiro conhecido em todo o Rio Grande do Sul, o produtor rural Ademar Kochenborger, o Pinto, hoje vice-presidente da União Central de Rizicultores (UCR) de Cachoeira do Sul, está preocupado. Ele sente na pele os efeitos da chuvarada, pois as águas dos rios Piquiri e Iruí, represadas pelo Jacuí, se aproximam cada vez mais da sede da sua propriedade, a Granja Kochenborger, na Porteira Sete, no interior do município.

“Aqui na Porteira Sete teve uma lavoura de trigo quase maduro que tapou. Arroz teve até o momento poucas áreas semeadas, os pré-germinados. O que foi semeado até agora provavelmente está perdido e furado pela força da água, que levou a semente embora”, relata.

ENCHENTE TRAZ PREJUÍZOS ÀS ESTRUTURAS DE LAVOURA E IRRIGAÇÃO

Além do atraso no plantio da safra de verão, o que mais preocupa o setor produtivo são os danos provocados pela correnteza em estruturas de lavoura. Há canais de irrigação, por exemplo, que estão destruídos e terão de ser refeitos. “Em números, ainda é muito cedo para quantificar ou estimar perdas. Mas é certo que haverá prejuízos em estruturas de lavouras”, destaca o engenheiro agrônomo Pedro Hamann, coordenador regional do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).

A pouca ocorrência de chuva no outono e no inverno deste ano permitiu que os produtores antecipassem os entaipamentos, que agora estão destruídos e terão de ser refeitos. Estradas, pontes, bueiros e cercas também estão entre as estruturas destruídas e que terão de ser refeitas, além do preparo do solo para o plantio.

Outra preocupação é com a previsão de chuva para os próximos dias. Quem conhece o Rio Jacuí sabe muito bem que as águas demoram em torno de 15 dias para baixar por completo numa enchente desta magnitude. No entanto, esse período começa a contar somente depois que a enchente entra em estabilidade, o que ainda não é o caso.

Às 7h30min deste sábado (16), segundo a Defesa Civil, o nível no ponto de medição da Ponte do Fandango estava em 25,50 metros e ainda subindo 0,35 centímetros por hora. As balsas da Rua Moron, São Lourenço e Pertile seguem paradas em decorrência da interrupção de estradas de acesso. As equipes da Defesa Civil estão em campo para continuidade das remoções das famílias ribeirinhas afetadas pela enchente.

ASSISTA A UM VÍDEO DA ENCHENTE SE APROXIMANDO DA SEDE DA GRANJA KOCHENBORGER, NA PORTEIRA SETE, INTERIOR DE CACHOEIRA DO SUL:

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