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A polêmica das cruzes

Crédito: Freepik

Assim que o Portal OCorreio noticiou sobre o ato integrante do protesto contra o presidente Jair Bolsonaro em Cachoeira do Sul, o assunto virou pauta nos debates que continuam inclusive. O uso de cruzes para lembrar as mais de 500 mil vítimas da Covid incendiaram nas redes sociais.

Para os críticos, uma falta de respeito. Para os simpatizantes da mobilização, uma ação de homenagem. De um lado, a argumentação usou os sorrisos ao lado das cruzes como prova de um ato político. Do outro, a indicação de culpa ao presidente e pedido de seu afastamento. Mas o que se viu – e ainda se vê – supera a contrariedade de opiniões. É ódio. É estar certo sem lógica. Ter razão e ponto. E o outro estar errado. Fim. Nem que seja necessário xingar. Agredir. Jurar de morte. Matar.

Os manifestantes tinham, sim, direito ao ato. Mesmo que você seja contra. Não é isso que tira dos protestos sua legitimidade. Da mesma forma, você pode ser contra o protesto. Mas deve defender com o máximo de sua força o direito que seja feito. Se as cruzes foram excesso ou não dentro do espectro legal, que a Justiça manifeste posição. Se for o caso, que a punição correspondente seja aplicada, então. E chamar de “genocida”? Da mesma forma. Ou se é contra ou a favor da qualificação. Ou até quem não tem opinião a respeito. Também está no seu direito. E que a Justiça, mais uma vez, contemple se pode ou não pode. Igualmente chamar um ex-presidente de “ladrão”. Pode ou não pode? As milhares de vidas perdidas podem justificar o termo “genocida”? E as condenações e peças jurídicas viabilizam o uso da expressão “ladrão”? A Justiça deve estar atenta, bem verdade. O que certamente não pode é odiar o outro pelo fato de não concordar com minhas convicções.

Seguir em um caminho calçado pelo ódio leva todos os lados para um mesmo fim. E isso é horrível para Cachoeira do Sul. Para o Estado. Para o Brasil. Para todos. Serenidade. Calma. E que os argumentos lógicos possam nortear os debates. Do contrário, a contagem regressiva para nossa tragédia está aberta.

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