Duas sobreviventes da tragédia na boate Kiss, em 2013, foram ouvidas no primeiro dia de julgamento dos quatro réus denunciados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) por 242 homicídios com dolo eventual. O júri começou nesta quarta-feira, no Foro Central de Porto Alegre, e contou com a presença do procurador-geral de Justiça, Marcelo Lemos Dornelles, e do subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Júlio César de Melo.
A primeira a falar foi Kátia Giane Pacheco Siqueira. Ela trabalhava na boate na noite da tragédia e respondeu à promotora de Justiça Lúcia Helena de Lima Callegari que orientação era para que apenas deixassem as pessoas saírem após pagamento da comanda. Ao promotor de Justiça David Medina da Silva, afirmou que muitos clientes, na tentativa de fugir, acharam que porta do banheiro era a saída da casa noturna. Foram quase cinco horas de depoimento.
Às 20h20 teve início a oitiva da sobrevivente Kellen Giovana Leite Ferreira, 28 anos, cliente da boate. Ela teve 18% do corpo queimado e precisou amputar um dos pés. Aos promotores, confirmou que a casa estava superlotada no dia da tragédia.
O júri segue nesta quinta-feira. A previsão é de que sejam ouvidas outras cinco pessoas ao longo do dia.