POR JOEL MARASCHIN
A indústria automotiva como conhecemos está prestes a vivenciar talvez a maior revolução desde a sua criação. Os motores a combustão tradicionais estão com os dias contados, e com eles toda uma cadeia de fornecimento de peças e manutenção. Na Europa, alguns países já estabelecem 2030 como a data máxima para fabricação de veículos neste formato e limitam em 2040 a circulação destes veículos por ruas, avenidas e estradas. A Califórnia, nos EUA, quer ser mais ousada, e começa a falar em 2025 na virada de chave.
Independentemente da data oficial, para o setor isso representa pouco tempo. Pouco tempo para rever a sistemática de produção de suas unidades fabris, para capacitar os seus colaboradores, para mudar a cultura do mercado e para debater a infraestrutura de abastecimento, ou melhor, de recarga, o que dará a garantia de autonomia de rodagem a esses veículos.
O Rio Grande do Sul, que já é renomado no mundo em sua tradição como polo metalmecânico, sede de montadoras como a GM, Marcopolo e Randon, agora com a parceria entre a FNM e Agrale, passa a fazer parte do seleto grupo de detentores da produção em escala de veículos elétricos. Uma tecnologia que poderá mudar pra sempre todo o ecossistema de inovação na cadeia produtiva de veículos em nosso Estado.
Por isso, como governo, é crucial contribuirmos com o debate deste que deve ser um marco na indústria gaúcha, fomentando iniciativas, buscando abrir horizontes, e atraindo mais investimentos para o Estado, para que aqui nasça um grande hub do setor, impulsionando ainda mais a economia e a geração de emprego e renda. Este é principal motivo do protocolo de intenções que assinamos recentemente, que visa desenvolvimento de políticas públicas neste sentido.
Ligado a isso temos a questão ambiental, que será extremamente favorecida, mais do que a economia propriamente dita. É sobre o nosso planeta e a herança que deixaremos para as próximas gerações.
O futuro é agora e o Rio Grande do Sul demonstra que está preparado e à frente de um dos mercados mais promissores deste século.
Secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico