Era 26 de junho de 2017. A sessão da Câmara estava no início. O então vereador Itamar Luz era o primeiro inscrito e passava a usar espaço do grande expediente. Tecendo críticas com frases que repercutiram na época, o futuro secretário municipal participaria de uma cena que entrava para a história do Legislativo Municipal de Cachoeira do Sul ao rasgar folhas de um jornal.
Luz foi autor do projeto que viria a resultar na implantação do Diário Oficial eletrônico e gratuito na Câmara de Vereadores. Igualmente ao atual período de discussão em torno da Proposta de Emenda à Lei Orgânica Municipal, o debate gerou polêmica. O sistema que viabilizou a economia dos cofres públicos municipais ficou à disposição da Prefeitura, mas nunca foi utilizado pelo Executivo Municipal.
Mais de quatro anos depois, a pauta volta com potência na Casa Legislativa cachoeirense. Um tema tão mobilizador que motivou o então secretário municipal da Saúde, Marcelo Figueiró, a retomar sua cadeira na Câmara, afastando a também emedebista Adriana Palladino da votação e de concretizar a posição dela a favor do Diário Oficial de graça. Em vídeo divulgado nas suas redes sociais, a suplente esclareceu que o retorno não foi por “pressão psicológica”, mas sim por Figueiró ter uma opinião diferente.
No mesmo vídeo, Adriana deixou claro que não foi chamada para conversar com o prefeito José Otávio Germano para discutir o assunto e mudar de posição a respeito.
Ou seja, nem Adriana e nem qualquer outro parlamentar citou pressão de qualquer nível por parte do Executivo Municipal a respeito da questão. A expectativa nos corredores da Câmara e da própria Prefeitura é pelo possível retorno de Figueiró ao comando da pasta da Saúde, assim que a votação da Pelom passar. Na mesma lógica e seguindo a postura isenta em torno do debate, outro secretário que tivesse cadeira na Câmara e decidisse retornar para seguir suas convicções em torno da pauta teria igual tratamento. Um titular de pasta municipal está enquadrado na descrição. O mesmo que apresentou proposta do sistema gratuito de publicação de atos oficiais e rasgou um jornal naquela sessão de 26 de junho de 2017: Itamar Luz.
O vereador Marcelo Martins, o Marcelinho da Empresa, chegou a citar o nome do secretário municipal do Trabalho e Ação Social na sessão da semana. “Tem um boato correndo que diz sobre o Itamar também voltando aqui para votar a Pelom…”, disparou.
Nas redes sociais, um destaque envolvendo o nome de Luz é justamente o pedido por sua volta para a Câmara e que vote a favor do Diário Oficial eletrônico gratuito. Confira exemplos de manifestações:
“Bora lá Itamar Luz , Figueró voltou só pra votar contra o Diário Eletrônico, vem vc tambem e vota a favor do povo”
“Faça o mesmo Itamar Luz, use o mesmo procedimento para alegria do povo e para vc honrar teus eleitores”
“Pedimos que o Vereador Eleito, Itamar Luz, assuma sua cadeira e vote A FAVOR do DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO”
“Itamar Luz ajuda o povo, precisamos de você mais do que nunca”
“Quando o outro largou sua posição de secretário pra assumir sua cadeira na câmara,logo me veio a idéia de que o Sr Itamar Luz poderia fazer o mesmo! Bora lá vereador,vamos a luta!”
“Votei nele…acho que agira séria o momento histórico de fazer isso por nós, se tem vereador que faz contra o povo e se fez de bonzinho quando precisou o povo caiu no papo dele….mais publicação perfeita essa…vereador Itamar Luz …pode fazer a mesma coisa mais a favor do povo e de tudo que falastes que faria pelo povo……essa eu quero ver”
“Uma pena que infelizmente uma grande parte da população de Cachoeira sofre de Alzheimer. Nunca gostei política, sempre votei manipulada por outros…Mas hj pode ter certeza que meu voto e da minha família é bemmm diferente !!! Itamar Luz honra tua palavra pois é ela quem te faz um ser humano um pouco melhor…”
“Concordo volta Itamar Luz”
“Vamos lá Itamar. Diário Eletrônico já Itamar Luz”
O secretário ainda não divulgou sua posição a respeito dos pedidos e da pauta em debate na Câmara.
A votação da Pelom está agendada para sexta-feira a partir das 20 horas.
Confira trecho da manifestação do então vereador Itamar Luz na sessão do dia 26 de junho de 2017: