A preocupação com a crescente presença das arboviroses (dengue, chikungunya, zika vírus e febre amarela) no Rio Grande do Sul reuniu integrantes do Centro de Operações de Emergência (COE – Arboviroses). Neste ano, até agora, o Estado tem 85% dos municípios infestados pelo Aedes aegypti e dez óbitos por dengue, além da baixa e média cobertura vacinal para a febre amarela em 390 municípios. De acordo com o levantamento, a 8ª Coordenadoria Regional de Saúde – com sede em Cachoeira do Sul – tem três vezes mais casos confirmados de dengue em 2021 do que no ano passado. O total saltou de três para nove confirmações. Já entre as notificações, foram de seis em 2020 para 20 até o dia 12 desse mês.
O COE-arboviroses é formado por instituições e órgãos públicos e da sociedade civil. São representações, como o Comando Ambiental da Brigada Militar, Ibama, Fepam, Secretaria da Educação e Grupo Hospitalar Conceição (GHC), que darão apoio e implementarão ações para o enfrentamento a essas doenças. Ações de comunicação e educação efetivas junto à população na área de prevenção ambiental e valorização da imunização contra a febre amarela são medidas que fazem parte das operações do centro de emergência.
Boletim epidemiológico
Conforme o último Informativo Epidemiológico das Arboviroses, referente à Semana Epidemiológica 23 (dados até 12 de junho de 2021), os dez óbitos de dengue ocorreram nos municípios de Passo Fundo (um caso), Erechim (três), Santa Cruz do Sul (cinco) e Bom Retiro do Sul (um). No total, há 11.934 casos suspeitos de dengue e 7.715 confirmados, sendo 7.536 autóctones, 3.635 descartados e 438 ainda em investigação.
O Rio Grande do Sul notificou 566 casos suspeitos de febre de chikungunya e 207 confirmados, sendo 184 autóctones nos municípios de Santa Vitória do Palmar, Bento Gonçalves, Espumoso, Cerro Largo, Pirapó, São Nicolau e Ijuí, 249 foram descartados e 110 continuam aguardando investigação.
De zika vírus, foram notificados 172 casos suspeitos, 20 confirmados, sendo 14 autóctones nos municípios de Santa Maria, São Nicolau, Santa Cruz do Sul e Bom Retiro do Sul, 99 foram descartados e 37 continuam aguardando investigação diagnóstica.
O monitoramento da febre amarela, realizado desde 2020, notificou quatro casos suspeitos, dois descartados e dois estão em investigação diagnóstica. O boletim assinala que os macacos bugios participam do ciclo silvestre do vírus da febre amarela no Rio Grande do Sul como sentinelas da doença. A morte desses animais antecede a chegada dos casos em humanos, principalmente entre a população rural e de florestas.
Os dados da vigilância no Estado demonstram que, no período de monitoramento (julho de 2020 a 14 de junho de 2021), o CEVS recebeu a notificação de 333 macacos mortos. Por isso a necessidade da intensificação da vacinação nas regiões prioritárias do Estado para enfrentamento à febre amarela.