Central de monitoramento da covid-19 enfrenta momento de crise com aumento de casos da doença / Foto: PMCS/Divulgação
A proliferação de pacientes com suspeita da covid-19 em Cachoeira do Sul, que tem se agravado nas últimas semanas lotando o Centro de Triagem da UPA e movimentando as farmácias da rede privada em busca de testes para a detecção da doença, levou à crise outro importante setor no enfrentamento à pandemia: a central de monitoramento da Covid-19 da Secretaria Municipal da Saúde.
A estrutura, criada há cerca de um ano para intermediar o contato desses pacientes com a rede pública de saúde, já não consegue mais dar conta da demanda gerada nas últimas semanas, o que está obrigando a secretaria a ampliar a equipe, ao mesmo tempo em que avalia as queixas pela demora no recebimento dos resultados das testagens pela população.
“A dinâmica de todo esse processo ficou mais lenta pelo volume de dados, não apenas nas unidades da rede pública, pois dependemos também do repasse das informações pelas empresas (laboratórios e farmácias) do setor privado”, pondera a diretora da SMS, Denise Caspani.
Como funciona o Monitoramento Covid-19 da SMS
Para que se entenda como funciona esse sistema: as coletas de amostras colhidas na UPA seguem para os laboratórios (muitos deles fora do município e com prazos de devolução diferentes), que emitem seus laudos para o Departamento de Vigilância em Saúde (DVS). Os resultados são tabulados e encaminhados, via e-mail, para a Central de Monitoramento.
É neste setor que, caso a caso, o diagnóstico é incluído no prontuário do paciente junto ao Sistema Integrado Municipal de Saúde (Simus). Passada esta fase, com os dados disponíveis para consulta em rede, é que os profissionais entram em contato com os pacientes positivados ou não para a doença, com as orientações específicas.
Quando há queixas de persistência dos sintomas, estes atendimentos são transferidos para a equipe médica que, via telemedicina, prioriza o acompanhamento destes quadros, sempre com o intuito de evitar a evolução da síndrome gripal. “Toda essa estrutura de assistência visa conter que os episódios atinjam maior gravidade a ponto de progredir até enfermaria ou UTI do hospital”, argumenta a diretora da Saúde.
Quando coletados em empresas do setor privado, os resultados destes testes também precisam ser encaminhados ao DVS para tabulação e processamento junto à central, que fará o contato com os pacientes. A responsabilidade por estes prazos fica a critério de cada empresa (laboratório ou farmácia).
Por que a demora no contato e no resultado do meu teste Covid-19?
Todo esse fluxo de processamento de dados e repasse de informações aos usuários demanda recursos humanos e materiais, numa estrutura que acabou sendo defasada pela evolução da doença, implicando em uma demora maior nos processos pela sobrecarga de trabalho.
Diante deste quadro, após a concentração de esforços para ampliar a Central de Triagem da Covid-19 na UPA, garantindo mais vagas para atendimentos urgentes e específicos ao contágio do coronavírus, o próximo passo da Secretaria da Saúde foi incrementar a central de monitoramento da doença na sede junto ao Hospital da Liga.
Estrutura foi ampliada em 133%
Na estrutura onde antes atuavam três profissionais (cirurgiões-dentistas e auxiliares de saúde bucal), a partir desta semana passaram a trabalhar sete odontologistas, auxiliares de saúde bucal e uma fonoaudióloga (um aumento na equipe de 133%), todos remanejados de unidades sanitárias onde estavam atuando em regime de urgência durante a bandeira preta do sistema de distanciamento controlado.
Além disso, a SMS deslocou mais dois profissionais de saúde para reforçarem a equipe da Vigilância Epidemiológica no processamento dos laudos dos exames laboratoriais, tudo como forma de acelerar a inclusão dos resultados dos testes de Covid-19 no sistema e agilizar o contato da gestão com o público examinado, seja na rede pública ou privada.
