Governo Ghignatti chega ao fim cheio de lacunas na cidade e interior

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Governo Ghignatti chega ao fim cheio de lacunas na cidade e interior
POLÍTICA
28 de dezembro de 2020 - esta

Prefeito Sergio Ghignatti vai entregar a Prefeitura cheio de dívidas e lacunas em muitas áreas. Foto: Divulgação

O governo do prefeito Sergio Ghignatti chega ao fim com lacunas, que necessitarão de atenção redobrada da nova administração, que assumirá a Prefeitura a partir do próximo dia 1º de janeiro. Em quatro anos de mandato de Ghignatti, áreas essenciais da cidade não receberam a devida atenção através de um planejamento adequado. Só para citar um exemplo, os chamados mutirões dos bairros. Iniciavam e não tinha continuidade e com tempo nunca mais se ouvir falar neles. Já o interior ficou na promessa de melhores condições de trafegabilidade e melhoria da qualidade de vida das famílias.

Faltou planejamento para o governo. Faltou determinar qual a real necessidade de Cachoeira do Sul. O que se viu foi uma rotina diária de atendimento de casos emergenciais, principalmente, a partir do terceiro ano do mandato de Ghignatti.

Cumprir as obras do PAC fazia parte do que deveria ter sido feito, colocar a UPA em funcionamento também, agora melhorar a mobilidade urbana, ter um plano diretor atualizado, cobrar obras da rede de esgoto da Corsan e ter um plano estratégico para as comunidades do interior, nada disso foi colocado em prática.

É claro que a pandemia da covid-19 desviou o foco, mas a cidade necessitava de mais investimentos. As pavimentações foram feitas através de emendas, parcerias com a comunidade e com recursos do pré-sal. Mas era preciso mais. Não é mais possível, por exemplo, as famílias dos bairros estarem sempre cobrando calçamento, porque não aguentam mais a poeira e o barro das ruas.

O planejamento de uma administração depende muito da equipe de governo. Sérgio Ghignatti em seu segundo mandato sabia o que deveria fazer, no entanto, fez somente o básico. Nunca foi ao governo do estado questionar investimentos e melhorias para o município.

Paralelamente, o governo teve fôlego neste quarto ano de mandato com os recursos da covid-19. No entanto, a cada mês o prefeito viu o déficit mensal da Prefeitura aumentar e aumentar cada vez mais. Afinal R$ 4 milhões mês de déficit virou uma bola de neve em meio à dívida histórica do Fundo de Pensão de Aposentadoria dos Servidores, o Faps.

O governo poderia ter feito muito por Cachoeira. Criar uma rotatória nas Cinco Esquinas, botar a UPA em funcionamento, dar continuidade às obras do PAC, seriedade em seus atos, sim se reconhece, mas faltou algo mais para se ter uma Cachoeira diferente e evoluída por meio de cronogramas técnicos e não políticos.

O GOVERNO E SUAS LACUNAS

– Faltou mais canalização de ruas, de sangas e de arroios. Além disso, as ruas pavimentadas em sua grande maioria viraram quebra-molas tal o estado de precariedade e nada foi feito para mudar este quadro caótico.

– O trânsito com o constante troca-troca de diretores pouco fez.  As faixas de segurança não receberam a devida manutenção, sinalização das ruas ficou no esquecimento, as sinaleiras em constante reparo, enfim, faltou investimento dos recursos do IPVA e das multas.

– Plano Diretor. A novela seguiu com estudos e mais estudos. A cidade necessita de reordenamento, mas tudo que deveria ser feito ficou no papel. Na prática, nada.

– A saúde ficou com a pandemia da covid-19. Mas faltou iniciativa em melhorias dos postos. As comunidades do Alto do Amorim atendidas por uma unidade onde funcionava um terminal de ônibus – onde nem telefone têm -, não viu a retomada das obras de uma Unidade de Estratégia da Família, no Parque Primavera. Lá se vão 12 anos de espera para uma área onde estão localizados cinco bairros.

– As obras (secretaria) caiu na rotina do tapa buraco. Sim, houve dedicação, mas este importante setor da administração necessitou de mais atenção do governo com um plano de trabalho para cada área da cidade.

– O interior de Cachoeira do Sul tem cerca de 3 mil quilômetros de estradas. Cada vez mais se intensifica o trânsito de caminhões e, por isto, também para esta área faltou mais planejamento. A rotina diária da emergência colocou por terra uma organização de equipes e máquinas, sem falar nos constantes problemas das pontes de madeira.

– O planejamento foi um setor que deu conta do recado, porque possui uma equipe técnica. Deu suporte aos projetos e fez a coisa andar na administração indicando muitas vezes o caminho a ser seguido.

– De resto, Indústria e comércio, Stas, Governo, Agricultura, Desporto, Fazenda, Educação cumpriram o seu dever. Educação e Stas têm um bom volume de repasses de recursos e deram conta do recado e a Fazenda – com sua equipe técnica – realizou a gestão com precisão, mas as outras pastas poderiam ter feito mais. Houve limitação na rotina diária de um governo que nunca teve um planejamento estratégico.

– A iluminação da cidade e do interior ficou no esquecimento. Mas a centro da cidade ganhou luz de led, sim, mas graças à RGE. A periferia e as comunidades rurais clamaram o tempo todo por mais atenção, mais atendimento, mais iluminação. Não houve planejamento em nenhum momento, apesar do esforço da equipe de servidores do setor.

FRACASSO

O governo Ghignatti não foi um fracasso, mas poderia ter sido melhor, bem melhor. Poderia ter sido ousado e não ficar envolvido com questões internas e políticas a todo momento. Não implantou, por exemplo, o diário eletrônico em busca de economia para os cofres públicos. Não desenvolveu um plano viável de economia e não modernizou a máquina pública. Cumpriu somente o dia a dia de um governo, que chega ao fim neste dia 31 de dezembro de 2020