por Bruna Scarparo
Olá!
Dia 31 de outubro chega e com ele, as celebrações do famoso Halloween ou também dito Dia das Bruxas. Mas, além da parte comercial (de fantasias e festas no estilo “filme americano”), você sabe a importância significativa dessa data e qual o propósito dela ser realmente celebrada? Hoje, a coluna Poção Mágica te convida para uma viagem na história, contando sobre a real essência histórica dessa data.
É importante compreendermos em primeiro lugar que o Halloween não é nada relacionado a cultos satânicos ou demoníacos, como muitas coisas que foram ditas e impostas na história pelo Cristianismo, e consequentemente proliferado por curiosos, ainda mais nos dias de hoje, em épocas de redes sociais.
O Halloween, conhecido como Dia das Bruxas, acontece em 31 de outubro no Hemisfério Norte e 1º de maio no Hemisfério Sul, mas, como a maioria sabe, popularizou-se na data de 31 de outubro, uma data “americanizada”.
A data ganhou esta nomenclatura depois que se tornou popular nos Estados Unidos, porém sua origem é muito mais antiga do que se imagina. O nome é derivado da expressão em inglês “All Hallow’s Eve”, que faz referência à véspera do “Dia de Todos os Santos”, comemorado em 1º de novembro pela Igreja Católica.
Outra curiosidade é que no século VIII, o Papa Gregório III alterou a data da celebração Cristã da Igreja Católica (o Dia de Todos os Santos) do dia 13 de maio, originalmente, em referência à data de Celebração Romana dos Mortos, para a mesma data do Festival de Samhain, 1º de Novembro, com a intenção de “tentar” tornar o Samhain uma celebração Cristã, sendo que não tem nada a ver.
Foto: Reprodução
Não se sabe qual foi a real intenção do Papa Gregório III, mas o fato é que, ele fez com que as celebrações Cristã e Pagã se unissem numa mesma data específica, onde muitos ritos dessas duas filosofias se entrelaçaram em algumas vertentes ao longo dos séculos.
Esta, portanto, é uma celebração tradicional de origem Celta, datada acerca do século V a.C (antes de Cristo), ou, a.E.C. (antes da Era Comum). Era celebrada no Festival de Samhain, como forma de gratidão aos deuses pelas boas colheitas feitas, principalmente a última colheita, pedindo que não lhes faltasse nada, pois marca o pico do Outono e a chegada do Inverno.
Samhain também é o ano novo Celta, dos povos pagãos. As comemorações iniciam na véspera, em 31 de Outubro e tem seu ápice em 1º de Novembro, sendo celebrado até a noite do dia 03 de Novembro. É um dia muito sagrado, porque era celebrado acima de tudo, a honra aos ancestrais, aos entes queridos desencarnados.
Na noite de 31 de outubro, acredita-se que o véu que separa o plano terreno e o plano astral, ou o mundo dos vivos e dos mortos, ou ainda o plano físico/material e o plano espiritual, se torna mais sutil e fino, possibilitando um contato mais próximo e mais fácil com os nossos ancestrais que partiram antes de nós.
O Poder mágico desta noite traz uma energia diferenciada, e quem tem maior sensibilidade pode notar isso, especialmente ao entardecer, conforme for baixando o pôr-do-Sol; ao chegar o crepúsculo e a noite tomar conta daquele momento magístico. É mais fácil acessar aos desencarnados durante a noite de Samhain.
Junto com os entes familiares desencarnados, também surgem desencarnados mau intencionados, que assombram o nosso plano terreno. Antigamente, o povo Celta dizia que esses maus espíritos vinham e apareciam para assombrar e amaldiçoar seus lares, animais, e tudo que ficava no caminho por onde eles perambulavam, inclusive todas as suas colheitas.
Então, criava-se objetos, elementos de proteção para afastar esses maus espíritos, como os principais símbolos que são tradicionais e que conhecemos até hoje, utilizados durante a festividade do Halloween, como as lanternas de abóboras com formatos assustadores de rostos entalhados, máscaras, fantasias, fogueiras, tochas, entre outros.
Em várias etnias de povos da cultura Celta, celebrava-se de várias maneiras diferentes, e o nomes das celebrações eram distintos, de acordo com a região e países em que viviam.
A tradição do Halloween foi levada à vários países, como por exemplo Canadá, Reino Unido, e principalmente nos Estados Unidos, por volta do século XIX, aproximadamente em 1845, que foi um período de crise, fome, doenças, conhecido como “Grande Fome” na Irlanda. Então, os imigrantes Irlandeses difundiram sua história, cultura, tradições e celebrações, entre elas o Samhain, mas, que logo foi adaptado pela cultura americana, sendo introduzidas brincadeiras e doações de guloseimas. Quem nunca ouviu a expressão: “Doces ou Travessuras? Além de simpatias, previsões, fantasias, decorações típicas que circulam nesse período.
O Halloween é uma das maiores festividades, feriado de origem pagã nos Estados Unidos, superando todos os outros feriados, inclusive comercialmente, tomando um rumo muito diferente de sua raiz.
Essa celebração Celta se expandiu pelo mundo, chegando também aqui no Brasil, sob forte influência norte-americana. Porém, aqui não é feriado como nos Estados Unidos, mas, é algo que vem se popularizando a cada ano.
Mesmo com grande resistência e fortes críticas de religiosos cristãos, por dizerem que essas festividades pagãs fogem dos princípios cristãos, e que valorizam o mau, é algo que vem despertando a curiosidade de simpatizantes.
Apesar de ainda ser um tabu no Brasil, com uma certa limitação, acompanhada de preconceito, intolerância e até mesmo engano por ignorância de indivíduos com a mente limitada, vale lembrar que a data gira em torno de uma tradição antiga e muito rica, por cultuar a essência da natureza. Uma tradição que, assim como todas as outras culturas no mundo, deve ser respeitada.
