A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, desembarcou nesta quinta-feira (29) na 42ª Expointer, no Parque Assis Brasil, em Esteio, e tão logo foi questionada sobre anúncios do governo federal para o setor produtivo já informou que não dispõe de recursos para a renegociação de dívidas dos produtores de arroz. O setor aguarda com expectativa uma securitização com prazo de 15 anos para pagamento do passivo dos arrozeiros, estimado num acúmulo de cerca de R$ 6 bilhões ao longo dos últimos anos.
Tereza Cristina foi questionada por um produtor durante a reunião da Frente Parlamentar de Agricultura de que a securitização foi uma promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro. “Sim, foi uma promessa de campanha, mas que precisa seguir regras do sistema financeiro. E hoje não temos de onde tirar o recurso. Não podemos fazer securitização para um só setor. Não adianta eu vir aqui e enganar vocês”, respondeu.
Ela indicou alternativas, como linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que poderão ter juro reduzido e serem acessadas para pagamento de dívidas com bancos e fornecedores. Essas medidas foram criadas na comissão especial do endividamento agropecuário da Câmara, presidida pelo deputado Jerônimo Goergen (PP-RS).
Em reunião com a ministra, o governador Eduardo Leite pediu atenção especial do ministério, pois o Estado tem a complexa dicotomia de ser um grande produtor e beneficiador do grão, exigindo políticas públicas que melhorem as condições competitivas de ambos os lados da cadeia produtiva.