A coordenadora da Divisão de Vigilância Ambiental do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Lúcia Mardini, alerta que o calor e as chuvas previstas para fevereiro podem aumentar a proliferação do Aedes aegypti no Rio Grande do Sul. “Temos que intensificar os cuidados com o aumento da presença do mosquito, porque o calor acelera o ciclo de vida do inseto.”
O mês de janeiro terminou com o registro de 320 municípios infestados pelo mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Um índice alto, considerando a série histórica, e Cachoeira do Sul figura neste mapa.
Em 2016, ano em que ocorreram mais de 2 mil casos autóctones de dengue no estado, foram identificados focos em 210 municípios. Desde então, a cada ano houve um aumento gradativo do número de municípios infestados.
Segundo o técnico do Núcleo de Eventos Ambientais Adversos à Saúde, Mauro Kruter Kotlhar, dois fatores que causam o aumento da proliferação do inseto são o calor e a umidade do ambiente. “A persistência de temperaturas elevadas e chuvas bem distribuídas em todo o estado são condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento do Aedes aegypti”, afirma.
Ele informa que a previsão do 8º Distrito de Meteorologia do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para o mês de fevereiro indica que as precipitações estarão pouco acima do padrão em todas as regiões do estado. O mesmo boletim também prevê que os valores médios das temperaturas máximas estarão acima do padrão climatológico em grande parte do RS, entre 28° C e 32° C. As mais elevadas estarão na parte Oeste, nas proximidades do Rio Uruguai, mesma região onde ocorrem os maiores volumes de precipitação, que variam entre cerca de 150 mm e 195 mm.
Com essas previsões climáticas, Lúcia Mardini salienta que é importante mobilizar a população e sensibilizar os gestores municipais para prepararem suas equipes de vigilância ambiental com as condições necessárias de trabalho, como equipamentos de segurança e veículos para deslocamento.
A coordenadora lembra que já foram destinados, para os 320 municípios infestados, R$ 4.512.567,01 para intensificação das ações de prevenção e controle do Aedes aegypti. Os repasses devem ser empregados para a ampliação da estrutura, constituição e manutenção das equipes de campo e demais ações preconizadas pelo Programa Nacional de Controle da Dengue, assegura a coordenadora.