A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) confirmou nesta quinta-feira (data) o retorno do fenômeno climático La Niña. De acordo com o relatório divulgado, o resfriamento das águas do Oceano Pacífico Tropical já está em curso e deve se manter até abril de 2025. A transição para um cenário de neutralidade é prevista para ocorrer entre março e maio do próximo ano.
O La Niña é caracterizado pelo resfriamento anormal das águas na região equatorial do Pacífico central e oriental, alterando padrões climáticos globais, como ventos, chuvas e temperaturas. Este fenômeno, registrado pela última vez entre 2020 e 2023, foi responsável por secas severas no Sul do Brasil e por crises hídricas em países vizinhos como Uruguai, Argentina e Paraguai.
Impactos do La Niña no Rio Grande do Sul
Com o retorno do La Niña, os primeiros efeitos no Sul do Brasil devem ser percebidos ainda em janeiro. Segundo projeções da MetSul Meteorologia, a tendência é de redução das chuvas em grande parte da região, enquanto o Nordeste do país pode registrar volumes acima da média, um comportamento típico desse fenômeno.
No Rio Grande do Sul, em especial nas regiões Oeste e Sul, há grande preocupação com períodos prolongados de estiagem, que podem comprometer significativamente a agricultura. Culturas como milho e soja estão particularmente vulneráveis, com previsão de redução na produtividade.
Apesar do cenário preocupante, a umidade acumulada no solo devido às chuvas de novembro e dezembro de 2024 pode atenuar os impactos iniciais da estiagem. Nos episódios mais severos de seca registrados no passado, a escassez hídrica começava ainda no final do ano anterior, o que não aconteceu dessa vez. Porém, com a persistência do tempo seco e temperaturas elevadas, a perda de umidade do solo pode se acelerar rapidamente.
Além das alterações nas chuvas, o La Niña também afeta as temperaturas na região. A presença do fenômeno aumenta as chances de ondas de calor intensas no verão, além de favorecer a chegada de massas de ar frio durante o outono.
Com os alertas em vigor, especialistas recomendam atenção redobrada, especialmente nos setores agrícola e hídrico, para mitigar os impactos deste fenômeno climático em 2025.