Análise de mercado: trigo enfrenta desafios, mas projeções indicam recuperação

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Análise de mercado: trigo enfrenta desafios, mas projeções indicam recuperação
RURAL
16 de dezembro de 2024 - Mercado do trigo: especialistas recomendam que produtores e agentes do mercado adotem estratégias proativas de proteção / Foto: Valtra/Divulgação

O mercado de trigo passa por um momento de incerteza, tanto no Brasil quanto no exterior, com fatores conjunturais pressionando preços e exigindo estratégias mais cautelosas dos agentes do setor. No Brasil, a produção atual apresenta limitações em volume e qualidade, incapaz de atender à demanda interna, o que já resultou em um volume de importações em novembro superior ao total de 2023.

No Sul do país, os estados do Rio Grande do Sul e Paraná têm registrado queda nos preços devido à pressão típica do período de colheita e à retração da demanda por novos contratos no fim do ano. Apesar disso, especialistas da TF Agroeconômica apontam que esse cenário deve mudar em breve: as cotações tendem a se recuperar já em janeiro, com uma valorização mais consistente projetada para a segunda quinzena de fevereiro, que deve ganhar força até julho.

No mercado internacional, as perspectivas também apontam para mudanças significativas. Restrições à exportação por parte da Ucrânia e da Rússia, associadas a problemas climáticos em regiões-chave como Austrália e Europa, deverão reduzir a oferta global de trigo nos próximos meses. As exportações europeias, por exemplo, devem se esgotar rapidamente, uma vez que a safra do continente está 23% menor. Com isso, os preços globais podem experimentar alta entre março e abril, quando as perdas russas forem confirmadas e o mercado sentir os impactos das restrições de oferta.

Nesse contexto, a TF Agroeconômica recomenda que produtores e agentes do mercado do trigo adotem estratégias proativas de proteção. Para os agricultores brasileiros, que frequentemente comercializam a produção logo após a colheita, o momento é oportuno para adquirir contratos em Chicago, aproveitando as cotações mais baixas antes da alta esperada. Já para cerealistas e cooperativas, a recomendação é semelhante: utilizar as oportunidades de compra a preços atuais, evitando a necessidade de armazenar o grão por longos períodos, o que também permite liberar espaço para o recebimento de soja e milho no início de 2025.

Combinando ações estratégicas e monitoramento constante, os agentes do mercado de trigo têm boas chances de mitigar os impactos dos desafios atuais e aproveitar o ciclo de recuperação projetado para os próximos meses.