No início de 2024, de acordo com dados da pesquisa Check Point Researc, houve um crescimento de 38% nos crimes cibernéticos no Brasil, colocando o país na segunda posição no ranking mundial de ocorrências. Com o avanço tecnológico e a expansão do uso de dispositivos digitais, os criminosos exploram brechas, principalmente em operações financeiras e serviços online, para cometer essas fraudes. Esse cenário exige maior atenção por parte dos usuários, bem como investimentos em segurança digital para proteger dados e evitar prejuízos.
Segundo levantamento da SAS Institute (empresa de software), 80% dos consumidores brasileiros já sofreram algum tipo de fraude digital. Se considerados apenas os golpes via Pix, boletos falsos e fraudes com cartão de crédito, o prejuízo soma R$ 71,4 bilhões em 12 meses.
O mestre em Computação Aplicada e professor do curso técnico em Informática da Escola Técnica Tupy (ETT), Marcelo Petri diz que a proteção contra crimes cibernéticos é condição essencial para “sobreviver” no mundo digital. “A dependência na internet e em dispositivos conectados deixou os usuários suscetíveis às ameaças virtuais, cada vez mais frequentes e sofisticadas”.
Principais ocorrências
Os principais crimes cibernéticos são cometidos por meio de e-mails, mensagens e sites falsos com o objetivo de obter dados financeiros, os chamados phishing. Outra forma de acessar e roubar dados é por meio de softwares maliciosos e vírus (malware). Já o ransomware criptografa arquivos e exige o pagamento de um resgate.
Além desses métodos tecnológicos, a engenharia social também faz vítimas. Por meio de manipulação psicológica, os criminosos “convencem” as vítimas a fazerem pagamentos via Pix, transferência bancária ou informar senhas e números do cartão de crédito.
Dicas para se proteger dos cibercriminosos
Marcelo Petri, professor da ETT, diz que os usuários de internet devem redobrar a atenção e adotar algumas estratégias para evitar prejuízos. As principais dicas de segurança e prevenção são:
1. Utilize senhas complexas
Utilize senhas complexas e diferentes para cada cartão de crédito, app bancário e conta em rede social, site ou plataforma de e-commerce. Use combinações de letras maiúsculas e minúsculas, números e caracteres especiais.
2. Ative a autentificação de dois fatores
Ative a autenticação de dois fatores para garantir uma camada extra de segurança. Em geral, o sistema envia um código de confirmação de acesso por SMS ou e-mail.
3. Mantenha seus sistemas atualizados
Mantenha o sistema operacional, outros softwares e antivírus sempre atualizados. As atualizações trazem correções de segurança importantes.
4. Não clique em links desconhecidos
Links suspeitos são um risco para a proteção de dados, por isso, evite acessá-los ou abrir arquivos anexados a e-mails de remetentes desconhecidos.
5. Evite compras em redes de wi-fi abertas
Se esquive de transações bancárias ou compras online em redes de wi-fi públicas, pois elas facilitam a interceptação de dados pelos hackers.
6. Faça back-ups de segurança
Faça cópias de segurança (backup) dos seus dados regularmente.
7. Verifique sempre o endereço de acesso dos sites
Desconfie de sites que solicitam informações pessoais ou financeiras de forma inesperada. Verifique a barra de endereço para garantir que o endereço online seja legítimo.
8. Mantenha-se atualizado
Esteja atento às novas ameaças e técnicas utilizadas pelos criminosos e compartilhe essas informações com seus familiares, filhos e amigos.
9. Fique atento às redes sociais
Não divulgue informações pessoais em redes sociais e desconfie de ofertas e promoções que parecem “boas demais para serem verdade”.
10. Habilite o bloqueio de anúncio
Isso ajuda a reduzir o número de anúncios maliciosos que você vê online.
Por Graziela Lindner