O Jantar de Abertura da 41ª Convenção Gaúcha de Supermercados – Expoagas 2024 contou com a participação de mais de 900 pessoas entre os supermercadistas de diversos estados brasileiros, autoridades, presidentes das associações estaduais de supermercados, patrocinadores, convidados e representantes da imprensa. Quantas são as superações que o povo gaúcho vem acumulando nos últimos três meses? Com este questionamento, o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, fazendo referência à tragédia climática, trouxe muitas reflexões. “Esta superação tem os seus porquês e os seus sentidos. Para uma família que perdeu tudo, a superação tem outro significado, para um filho que perdeu o pai para as águas, é a superação da dor que não acaba, para o pequeno comércio que não conseguiu reabrir, é a superação de um sonho que acabou”, ressaltou.
O presidente fez menção, também, ao aplicativo Ajuda Sul, criado em tempo recorde e colocado no ar em 12 horas, ainda durante as enchentes. Esta ferramenta teve como principal função fazer o mapeamento das regiões e empresas que sofreram danos parciais ou totais, possibilitando que o auxílio chegasse mais rápido e com maior assertividade. “O projeto contemplou muitos setores e entidades, pois foram mais de 380 lojas atingidas”, salientou Longo.
Em relação aos impostos, Longo elogiou a postura do governador do Estado, Eduardo Leite, que aceitou a ideia do ‘não ao aumento, sim ao alimento’. “Estamos orgulhosos que o nosso líder do executivo tenha, ao fim e ao cabo, encampado a ideia que sugerimos, já que o aumento de alíquotas de cesta básica iria retirar comida da mesa dos gaúchos mais pobres”, destacou. O dirigente também criticou a burocracia para a liberação de recursos.
“Lamentamos que o custo-Brasil, que a ineficiência e que a morosidade de alguns segmentos públicos ainda entravem processos mais céleres de reconstrução. É imperioso que as prefeituras façam o seu dever de casa e cumpram sua parte, sobretudo na atualização e na liberação dos cadastros de pessoas físicas e jurídicas flageladas e que precisam de apoio. A burocracia e as altíssimas exigências de garantias para o acesso às linhas de crédito do BNDES, que seriam fulcrais para o recomeço de muitas empresas, também são pontos negativos que merecem uma atenção do poder público”
– presidente da Agas, Antônio Cesa Longo
O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), João Galassi, seguiu na mesma linha crítica em relação à burocracia. “Não podemos aceitar que a burocracia seja a desculpa para não fazermos nada. Cerca de 90% daqueles que buscam crédito precisam passar pelo sistema financeiro”, enfatizou. O governador Eduardo Leite salientou que o Rio Grande do Sul superou muitos dos problemas dos últimos anos e que a crise atual já está sendo superada. “A superação está no DNA do povo gaúcho. Quem está reconstruindo o estado é o seu povo”, finalizou.
O vice-prefeito, Ricardo Gomes, lembrou que a cadeia produtiva dos eventos é fundamental para a retomada da economia. “O Rio Grande do Sul vai sair da crise através de uma matriz de responsabilidades”, projetou. O ministro-chefe da secretaria extraordinária de apoio à reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, disse estar orgulhoso da capacidade que o povo gaúcho teve de se reerguer, porém, ressaltou que “o trabalho de reconstrução é longo, complexo e difícil, mas queremos trabalhar no enfrentamento dessa burocracia”.
A cerimônia ainda teve ainda a participação dos músicos Renato Borghetti, Daniel Torres e Shana Muller, além de homenagens ao presidente da Fiergs, Cláudio Bier; aos 150 anos da imigração italiana, com a apresentação do artista Fabiano La Falce, e aos 200 anos da imigração alemã, com a banda de Teutônia. O vice-presidente e comunicador da Rede Pampa, Paulo Sérgio Pinto, foi condecorado com o troféu Supermercadista Honorário, outorgado pela Agas.