Morreu nesta quinta-feira (25), aos 80 anos, o gaiteiro Albino Manique, uma das principais referências da música regionalista do Rio Grande do Sul. Ele estava internado havia aproximadamente 20 dias no Hospital São Lucas da PUCRS, em Porto Alegre, e faleceu por complicações decorrentes de um câncer de pulmão.
O músico era o mais antigo integrante ainda vivo do conjunto de baile Os Mirins, fundado por ele juntamente com o também falecido músico Chico Castilhos (1942 – 2003). A clássica formação do grupo teve ainda como integrante o músico Oscar Soares, que hoje atua como produtor musical.
A TRAJETÓRIA DO GAITEIRO ALBINO MANIQUE
O gaiteiro Albino Manique iniciou sua trajetória na música aos sete anos, em São Francisco de Paula. Aos 11, mudou-se para Porto Alegre em busca de seu sonho: consolidar-se no cancioneiro gaúcho. E conseguiu, tornando-se um dos mais reverenciados acordeonistas do Rio Grande do Sul e do Brasil.
Ainda na década de 1950, conseguiu participar de programas de rádio na Capital, onde começou a projeção para o Estado. Durante a trajetória musical, gravou mais de 40 trabalhos, seja solo, ou com a Dupla Mirim — ao lado de Francisco Castilhos (1942-2003) — que, mais tarde, passou a se chamar Os Mirins. Estima-se que tenha sido autor de mais de 300 canções.
Ao lado de Chico Castilhos, Manique gravou o primeiro disco em 1961, intitulado Barbaridade. Oito anos mais tarde, em 1969, o artista fez a sua estreia solo, com o álbum Alma de Acordeon. Porém, não deixou de lado o trabalho com Os Mirins. Tanto que a nova empreitada fora do grupo foi ocorrer apenas em 1978, quando lançou o disco Baile de Candeeiro, no qual foram gravados os sucessos Madrugada e Baile de Candeeiro, que chegou a ser tema de abertura do Programa Galpão Crioulo, da RBS TV, entre 1982, ano da estreia do programa, até 1984.
Muito requisitado no meio por conta de seu grande talento como gaiteiro, Manique era também um músico de estúdio. Foi responsável por fazer os arranjos e gravar o acordeom de diversos grupos e cantores do Estado. O artista, por exemplo, esteve envolvido em obras de César Passarinho, Velho Milongueiro, Gaúcho da Fronteira, entre muitos outros.