A +Milionária, uma das novas loterias operadas pela Caixa Econômica Federal, alcançou um montante histórico. Desde que foi lançada, em 28 de maio de 2022, ninguém acertou o prêmio máximo, com isso, após mais de 98 sorteios sem um grande ganhador, a premiação oferecida já ultrapassa a casa dos R$ 100 milhões.
Em seu lançamento, a +Milionária chamou atenção pela diferença em seu formato em relação aos demais produtos oferecidos pela Caixa, já que o apostador deve escolher seis números entre 1 a 50 e posteriormente mais dois números adicionais, chamados pela loteria de “trevos” que vão de 1 a 6. Com essa combinação de números proposta pela loteria, a chance do apostador acertar os números sorteados e garantir o grande prêmio são ínfimas, sendo a +Milionária mais difícil de se acertar que a famosa Mega-Sena.
Levando em consideração as chances tão baixas de alguém acertar o prêmio máximo da +Milionária, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem enfrentado questionamentos na Câmara dos Deputados em relação ao tema, e existe a possibilidade das regras da loteria serem alteradas para que ela se torne mais “acertável”.
A +Milionária foi criada durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, e ela dá ao jogador que realiza uma aposta simples uma chance em duzentas e trinta e oito milhões, trezentas e sessenta mil e quinhentas de acertar o grande prêmio. A título de comparação, o jogador que realiza uma aposta simples na Mega-Sena, tem uma chance de acertar o prêmio em pouco mais de cinquenta milhões.
Questionamentos da parlamentar
A deputada federal, Júlia Zanatta (PL-SC), enviou um requerimento ao Ministério da Fazenda solicitando explicações sobre a +Milionária. No documento enviado pela deputada, havia algumas perguntas, dentre elas ela questionava o motivo de não ter havido sequer um vencedor do prêmio máximo da +Milionária desde o seu lançamento. A parlamentar também questionou se essa loteria não seria ineficaz, já que as chances de acertar o prêmio máximo são praticamente nulas.
Com isso, ela também questiona se por conta da dificuldade em se acertar o prêmio principal, a +Milionária não deveria passar por mudanças em seu formato, como aumentar o número de concursos semanais ou até elevar o valor dos bilhetes, desde que as chances de acerto também sofressem um incremento.
Apesar das loterias serem um modelo de jogatina interessante, graças aos grandes prêmios oferecidos, infelizmente as chances de acerto são baixíssimas, como é o caso da +Milionária e da Mega-Sena, sendo este um dos motivos para o aumento do interesse do público geral nos jogos online que, apesar de não oferecer premiações tão espetaculares, possui maior porcentagem de chances de vitória.
Um bom exemplo pode ser encontrado nas plataformas online de cassino com jogos de bingo, que possibilitam aos jogadores adquirirem as cartelas com poucos centavos e se divertirem por horas a fio com um baixo depósito inicial. Assim como nas loterias, essas plataformas informam a possibilidade de ganho do jogador, sendo indicada pela sigla RTP (Return-To-Player).
Valores “baixos” sorteados
Como dito anteriormente, ninguém nunca levou o prêmio máximo da +Milionária, sendo que os maiores valores sorteados são “baixos” em comparação às demais loterias oferecidas pela Caixa Econômica Federal. Isso porque, os maiores prêmios já recebidos por apostadores sorteados na +Milionária não ultrapassam os R$ 400 mil, sendo que o maior já entregue pela loteria foi de R$ 392 mil, o segundo ficou na casa dos R$ 360 mil e o terceiro R$ 327 mil.
De acordo com o professor do Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a possibilidade de uma pessoa ser escolhida aleatoriamente entre toda a população que reside no Brasil, que atualmente é de 203 milhões de habitantes, segundo o IBGE, é superior às chances de alguém acertar o prêmio principal da +Milionária.
