Mais de 15 mil transplantes foram realizados em 26 anos da Central no RS

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Mais de 15 mil transplantes foram realizados em 26 anos da Central no RS
VITTA/VIDA&SAÚDE
3 de maio de 2023 - 02170911_253489_GDO

Equipe da Central de Transplantes RS / Crédito: Divulgação SES/RS

Nesta semana, a Central Estadual de Transplantes (CET), vinculada à Secretaria Estadual da Saúde (SES), completa 26 anos de atividades. O aniversário, celebrado em 1º de maio, marca a promulgação da Lei 9.434, de 1997, que instituiu o Sistema Nacional de Transplantes no Brasil. Desde então, a CET passou a atuar dentro dos critérios de normatização e regulação dos procedimentos na área de transplantes. Em mais de duas décadas e meia foram cerca de 15 mil transplantes no Rio Grande do Sul.

“A Central de Transplantes comemora 26 anos, garantindo a segurança e a agilidade do processo de doação e transplantes de órgãos e tecidos, desde a captação à efetiva transplantação”, afirma o coordenador do Núcleo de Educação e Sensibilização de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes no RS, James Cassiano. Ele destaca que a Central de Transplantes executa suas atividades, preservando a qualidade dos órgãos e tecidos ofertados em prol de quem está no aguardo por uma segunda chance. “Nesse aniversário, nós coordenadores da CET, Rafael Rosa, Rogério Caruso e James Cassiano, convidamos a todos a renovar e reforçar a importância da doação de órgãos”.

Atualmente mais de 2,8 mil pessoas aguardam por um órgão ou tecido no RS. “Esse número poderia diminuir se os familiares fossem avisados sobre a vontade de cada pessoas em ser doador”, assinala James Cassiano.

Incentivo à doação

O Governo do Estado firmou um Termo de Cooperação com os Cartórios de Notas do RS para a implementação da Central Notarial de Doação de Órgãos, com o objetivo de incentivar a doação. O objetivo é facilitar as pessoas que queiram ser doadoras a se manifestarem de vontade própria e de forma gratuita. Com esse sistema, os hospitais e a Central de Transplantes podem consultar, de forma sigilosa, as escrituras públicas declaratórias contendo a manifestação de vontade relativa à doação de órgãos, após o falecimento do potencial doador.

“Essa manifestação de vontade por meio de escritura pública funcionará como mais uma ferramenta de convencimento para a família, visto que ainda será necessária a autorização da doação dos órgãos do familiar”, explica James.

Além do CNB/RS, o Termo de Cooperação é assinado pela Associação dos Notários e Registradores do Estado do Rio Grande do Sul (Anoreg/RS), em conjunto com a Secretaria Estadual da Saúde, o Poder Judiciário do RS, o Conselho Regional de Medicina do RS – Cremers, a Santa Casa de Misericórdia e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Como funciona o processo de transplantes

O paciente que necessita do transplante, chamado de receptor, é encaminhado à realização de exames a pedido da sua equipe transplantadora – definida, a princípio, por sua região de domicílio, para determinar as necessidades de tratamento e transplante;

Os seus dados como Potencial Receptor de órgãos ou tecidos são organizados em um programa informatizado, sob responsabilidade do Sistema Nacional de Transplantes, gerenciado pela Central de Transplantes do Estado;

O sistema informatizado registra e disponibiliza os doadores de órgãos e os resultados dos exames do receptor. Os resultados processados ficam à disposição desse sistema para a classificação de receptores em lista única;

O sistema informatizado faz o cruzamento entre os dados de doador e receptor e apresenta as opções mais compatíveis – será gerada uma lista única de receptores para cada doador disponibilizado;

Os laboratórios autorizados realizam exames que comprovam a compatibilidade para que o receptor tenha segurança de receber o órgão doado;

Os receptores elencados em cada lista serão submetidos à avaliação de suas equipes, para identificar condições de receber o órgão e qual o mais apto/compatível com o doador disponível;

A equipe transplantadora que acompanha a situação clínica do receptor aceita o órgão;

O órgão é enviado pela Central de Transplantes ao hospital onde está o receptor para que seja implantado;

O receptor pode desistir de receber o órgão doado, que então passará ao próximo receptor compatível da lista única.

A família do doador, através da Central de Transplantes do RS, recebe informações sobre o sexo e a idade dos receptores, bem como uma carta de agradecimento pelo gesto de solidariedade manifestado pela doação de órgãos e tecidos.