Quem passou pela esquina da Praça Honorato de Santos nesta segunda-feira não imagina a longa saga até que o projeto de capeamento asfáltico da Rua David Barcelos saísse de fato do papel. Foram 20 meses de espera. Em 19 de julho de 2021 a Prefeitura de Cachoeira do Sul manifestou interesse em aderir ao Programa Pavimenta RS, do Governo do Estado, com o intuito de possibilitar a melhoria da infraestrutura urbana.
Assim que ficou sabendo da oportunidade de ingressar no Programa, o prefeito José Otávio Germano solicitou que os técnicos da Secretaria de Planejamento iniciassem o projeto. O prazo entre o início e finalização do projeto foi de apenas 10 dias, o que exigiu de toda qualificação e dedicação dos técnicos para cumprimento do prazo exíguo.
E as justificativas para garantir a habilitação foram muitas: é a principal via de ligação no sentido Centro/Bairro, transporte coletivo urbano, possui grande fluxo de pessoas e carros, além de contemplar o acesso a estabelecimentos de ensino, unidades de saúde, áreas gastronômicas, comércio, serviços, indústrias, instituições bancárias e a rotatória do Município.
Depois de elaborado, a entrega do documento foi feita pessoalmente pelasSecretária de Planejamento, Cláudia Scarparo e a coordenadora da Central de Projetos, Luciula Pinto, ao secretário estadual de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano da época, Luiz Carlos Busato, que também foi contatado por telefone pelo prefeito José Otávio, que relatou a importância da obra para a cidade.
SEGUNDA LISTA – Ao anunciar a primeira lista de cidades contempladas com o Programa Pavimenta, Cachoeira do Sul ficou de fora. Mesmo assim, a administração municipal não desistiu. “O prefeito nunca nos deixou desistir de ir em busca de projeto. Fomos atrás do que queríamos. Perdi as contas de quantas ligações e idas a Porto Alegre tivemos. Até que veio a boa notícia: fomos contemplados na segunda lista, anunciada em 23 de dezembro de 2021”, relembra Claudia.
De lá pra cá, iniciou o processo de concorrência pública para contratação da empresa que faria a obra. “Tivemos a primeira concorrência deserta. Felizmente na segunda tivemos sucesso e a AsfaltoSul se habilitou para fazer o trabalho”, conta a secretária.
Prefeitura vai pagar 47,31% da obra
Apesar da conquista do Programa Pavimenta RS, que garantiu o recurso de R$ 968.590,80, o valor não é suficiente para custear toda a obra. Cláudia destaca que quando a nome de Cachoeira foi contemplado em dezembro de 2021, a contrapartida da Prefeitura na época era de R$ 170.927,79 (de acordo com o projeto). No entanto, passado um ano e com o aumento do custo dos materiais, esta contrapartida passou para R$ 869.712,21 e a obra custará R$ 1.838.303,01. “Diferente de uma obra privada, onde a pessoa decide fazer algo e no outro dia pode começar a fazer, na Prefeitura é diferente. É um longo processo burocrático que precisa ser rigorosamente cumprido para que todas as exigências sejam atendidas. Por isso, o valor orçado em um ano pode infelizmente mudar muito de um ano para outro e por isso, hoje 47,31% do valor da obra precisa ser custeado pela Prefeitura”, explica.
Dentro do próprio convênio com o Governo do Estado já existe uma linha de crédito junto ao Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) para custear a contrapartida.