Leia “O homem que calculava”, de Malba Tahan. Seja para rir, seja para se apaixonar pela Matemática.
A história trata das aventuras do persa Beremiz Samir, na Bagdá do século XIII.
Em uma das mais famosas passagens, o sábio precisa resolver o problema dos 35 camelos.
Durante sua jornada, Beremiz encontra três irmãos que discutiam a divisão de um lote dos animais.
– Somos irmãos. Recebemos como herança esses 35 camelos. Segundo vontade de nosso pai devo receber a metade, o meu irmão Hamed uma terça parte e o mais moço, Harin, deve receber apenas a nona parte do lote de camelos. Contudo, não sabemos como realizar a partilha, visto que a mesma não é exata – diz o mais velho.
– É muito simples – respondeu o “homem que calculava”.
Na sequência, Beremiz pediu licença e agrupa mais um camelo, pertencente ao seu amigo de jornada. Passam a ser 36 agora.
Para o mais velho, o matemático diz:
– Deverias receber a metade de 35, ou seja, 17, 5. Receberás a metade de 36, portanto, 18. Nada tens a reclamar, pois é claro que saíste lucrando com esta divisão.
Para o do meio:
– Deverias receber um terço de 35. Vais receber um terço de 36, ou seja, 12. Não poderás protestar.
Por fim, ao mais novo:
– Segundo a vontade de teu pai, deverias receber a nona parte de 35, isto é, 3 e tanto. Vais receber uma nona parte de 36, ou seja, 4. Teu lucro foi igualmente notável.
E Beremiz prossegue:
– Pela vantajosa divisão realizada, couberam 18 camelos ao primeiro, 12 ao segundo, e 4 ao terceiro, o que dá um resultado de 34 camelos. Dos 36 camelos, sobraram, portanto, dois. Um pertence a meu amigo de jornada. O outro, cabe por direito a mim, por ter resolvido, a contento de todos, o complicado problema da herança!
O velho não aguentou:
– Sois inteligente, ó Estrangeiro!
Ah, a Matemática e suas ilusões…