Nanogerador produziria energia tanto a partir do sol quanto da água / Crédito: Divulgação
Uma invenção desenvolvida pelo Laboratório de Síntese e Caracterização de Nanomateriais (LSCNano), com participação dos alunos dos cursos de Engenharia Elétrica e Mecânica da UFSM Campus Cachoeira do Sul, está inovando na geração de energia alternativa.
Intitulado “Artefato cimentício ecológico condutor e gerador de energia fotovoltaica e higroelétrica”, o projeto inova ao estabelecer formas de produzir energia alternativa hibridamente: por meio da captação da luz solar ou artificial (energia fotovoltaica) e da umidade ou água (energia higroelétrica), depositada diretamente no artefato de cimento. Tal configuração é revolucionária por permitir a coleta de energia independente das características climáticas do local, ou seja, funciona tanto durante o dia quanto à noite e, até mesmo, com chuva.
Quando há luz no ambiente, seja natural ou artificial, o dispositivo a absorve, gerando assim energia fotovoltaica. Já em períodos úmidos, ou chuvosos, a geração de energia ocorre por meio de cargas elétricas à deriva, presentes em gotículas d’água depositadas na umidade do ar ou na superfície do artefato.
Relevância para o meio ambiente
O projeto, orientado pelo professor de Física da UFSM no Campus Cachoeira do Sul, Jocenir Boita, surgiu em meio a trabalhos de rotina realizados no Laboratório de Síntese e Caracterização de Nanomateriais (LSCNano) da Universidade, há quatro anos. Segundo o docente, o aparelho apresenta números razoáveis para o nível de desenvolvimento do protótipo, que apresenta capacidade de gerar voltagem de até 400 mV e amperagem de 0,35 mV, em uma área de 0,004 m².
A partir da otimização desses números, a expectativa é de que o dispositivo se torne igual ou até melhor que um painel de energia fotovoltaica, normalmente utilizado para a comercialização em telhados residenciais. Posteriormente à melhoria do aparelho, a ideia é buscar empresas que desenvolvam esse tipo de projeto, para, em seguida, ‘’disponibilizar à sociedade como um produto inovador, economicamente viável e ecologicamente correto’’, de acordo com Boita.
Para a bolsista do projeto Ingridi Kremer, o mundo precisa de novas fontes de energia alternativa, ‘’pois a matriz elétrica mundial é quase toda composta por fontes não renováveis. Com isso, o nosso gerador veio a colaborar, porque é uma fonte renovável e de baixo custo’’.
Inovação patenteada
No início de agosto, o “Artefato Cimentício Ecológico Condutor e Gerador de Energia Fotovoltaica e Higroelétrica” concretizou-se como a 5ª patente criada pelo LSCNano da UFSM-CS. Esta patente de invenção representa um marco na história de geração de eletricidade, já que utiliza, além da fonte fotoelétrica, uma fonte pouco conhecida e quase nada explorada, a higroeletricidade, combinadas de forma híbrida, segundo o professor Jocenir Boita.