O quadro é dramático. Por isto, a decretação de situação de emergência está a caminho, porque a estiagem provoca perdas que podem chegar a R$ 100 milhões em Cachoeira do Sul, conforme dados preliminares apurados pelo coordenador da Defesa Civil Municipal, Edson Júnior. Os números oficiais dependem das informações que técnicos e órgãos públicos estão apurando para embasar o decreto de emergência.
A falta chuva não provoca prejuízos somente nas culturas de milho, soja e arroz, mas nas propriedades como um todo. Atinge a pecuária e famílias que dependem do abastecimento de água potável. “Os reflexos são imensos, porque há casos de produtores que tiveram que buscar mais insumos, providenciar nova irrigação para lavoura de arroz e, neste contexto, o custo de plantio aumentou consideravelmente”, disse o coordenador Edson Júnior.
Ele disse que a Defesa Civil, neste caso da falta de chuva, existem os danos humanos, que estão sendo apurados pela Secretaria do Trabalho e Ação Social, os ambientais a cargo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e as perdas econômicas a serem fornecidas pelo Irga e Emater). Assim que estes relatórios estiverem com a Defesa Civil, os dados serão transferidos para o Formulário de Informações do Desastre (FIDE) dentro do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID). “De minha parte, vamos fazer esse decreto o quanto antes”, declarou o prefeito Sergio Ghignatti.
IMPORTANTE
A decreto de situação de emergência, que pode ser publicado no final de semana, requer a homologação dos governo estadual e federal. Ele será decisivo para a classe produtora, pois será aberto um canal para renegociação de dívidas, amparo do seguro agrícola e até mesmo para liberação de recursos do Bolsa Família e FGTS.
ATENÇÃO
As perdas nas lavouras de milho chegam a 70%, na soja 25% e arroz, 20%. A cultura da soja, com área plantada de 102 mil e 500 hectares no município, é uma das que mais sofre com a estiagem. O agravante neste caso é o atraso no plantio, que deveria ter ocorrido até meados de novembro, e não pôde ser feito em razão do excesso de chuvas. Para a soja, é estimada uma perda entre 20% e 25% da produtividade, o que significa em torno de 90 milhões de reais. Ainda há a informação de que 1.600 hectares não foram plantados e 4 mil hectares necessitam de replantio. A expectativa de colheita, analisando a situação atual, é de 38,5 sacas por
ÁGUA POTÁVEL
Em função da estiagem, algumas famílias cachoeirenses se encontram sem água potável para consumo, fazendo com que a Secretaria de Agricultura e Pecuária precise distribuir através do caminhão pipa. Em dezembro, a SMAP realizou 31 entregas, abastecendo 812 pessoas com 126 mil e 200 litros de água. Destas entregas, duas foram realizadas na Vila Vargas, onde são 180 residências. Já neste mês de janeiro, até ontem (8), já haviam sido entregues 58 mil e 500 litros de água em 9 entregas, atendendo 229 pessoas. Ao todo, 17 localidades enfrentam problemas de abastecimento.
NO ESTADO
A estiagem no Estado é a mais grave desde 2012 e faz com que 12 municípios tenham decretado situação de emergência.