A falta de chuva e o calor intenso causam perdas nas lavouras de milho e soja do RS. A situação não é diferente na região de Cachoeira do Sul, um dos maiores produtores de soja onde a estiagem castiga as plantações. Para a Associação dos Produtores de Soja do Estado, a colheita recorde superior a 19 milhões de toneladas não irá se confirmar por causa da aridez do solo.
Diante do quadro preocupante, a Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) estabeleceu um grupo para acompanhar os efeitos da estiagem no Rio Grande do Sul, que já vem sendo sentida por produtores rurais de diversas regiões do Estado.
Em reunião com diretores dos departamentos de Políticas Agrícolas, Agricultura Familiar e de Defesa Agropecuária, além de diretores da Emater, o secretário em exercício, Luiz Fernando Rodrigues Júnior, solicitou para a Emater fazer, ao longo desta semana, um acompanhamento mais aprofundado da situação da safra do milho e da soja. “É para que tenhamos uma visão mais ampla do cenário, porque isso impacta também a produção de carne e leite. É um levantamento para verificar a extensão do que está ocorrendo em nosso Estado.”
O secretário lembrou que a estiagem é uma ocorrência relativamente comum nesta época do ano no Rio Grande do Sul e que, nos últimos sete anos, não houve episódios em que fosse forte o suficiente para prejudicar a produção agrícola de forma significativa.
“Historicamente, a cada dez anos, em sete deles nós tivemos algum comprometimento do potencial produtivo das lavouras e das pastagens em função de alguma restrição hídrica. Apesar disso, da safra de 2012/2013 para cá, não tivemos uma estiagem que causasse um prejuízo maior na nossa produção.”
O secretário em exercício destacou que a Seapdr conta com o programa Mais Água Mais Renda, que auxilia produtores rurais a adquirir e licenciar sistemas de irrigação em suas propriedades.
ATENÇÃO
“No caso do milho, dos 140 mil hectares irrigados no Rio Grande do Sul, 50% são derivados do Mais Água Mais Renda. Além desse, outros programas de incentivo à cultura do milho estão sendo elaborados pela secretaria, para que 10 mil hectares por ano venham a ser irrigados, de forma que a gente possa alcançar o ideal de um terço dos 780 mil hectares do Estado com irrigação. Isso faz com que a política agropecuária da secretaria esteja voltada à prevenção de uma estiagem mais prolongada”, avaliou.
Com dados trazidos pelo Centro de Meteorologia do departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária, o secretário Rodrigues disse que a chuva deve retornar ao Estado ainda na primeira quinzena de janeiro. “Devemos ter uma recuperação plena do regime de chuvas em fevereiro”, concluiu.