4 mitos e verdades sobre a exposição solar

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4 mitos e verdades sobre a exposição solar
SAÚDE
5 de dezembro de 2024 - Erros-protetor-solar-1024x683-1

Dezembro marca o início do verão no Brasil, trazendo dias mais longos, calor intenso e o aumento das atividades ao ar livre, principalmente em praias, piscinas e parques. É também o período de maior incidência de radiação ultravioleta (UV), fator de risco predominante para o desenvolvimento do câncer de pele.

Por isso, a campanha Dezembro Laranja, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), tem o objetivo conscientizar a população sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce da doença, que é o tipo de câncer mais comum, correspondendo a cerca de 30% de todos os diagnósticos de câncer no país, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

O câncer de pele é dividido em dois tipos principais: não melanoma e melanoma. O primeiro é mais frequente e menos agressivo, enquanto o segundo, embora menos comum, é mais grave e pode causar metástases. Raquel Ferrari, dermatologista do Hospital São Luiz Morumbi, explica que pequenas mudanças no dia a dia podem reduzir significativamente o risco de danos causados pela radiação UV.

“O uso diário de protetor solar é indispensável, mesmo em dias nublados ou em ambientes fechados, já que a radiação UV pode atravessar vidros e nuvens. Além disso, é fundamental reaplicá-lo a cada três horas ou após atividades como natação e transpiração intensa”, orienta.

Contudo, embora a proteção solar seja amplamente divulgada, muitos mitos ainda geram dúvidas. A seguir, Raquel Ferrari esclarece alguns deles. Confira!

1. Bronzeamento é sinal de saúde

Mito. O bronzeado é muitas vezes visto como um sinal de saúde e bem-estar. No entanto, a dermatologista alerta que o processo de bronzear a pele pode ter consequências mais sérias do que as pessoas imaginam. “O bronzeado nada mais é do que uma resposta da pele à agressão da radiação UV. Isso significa que houve dano às células, o que pode aumentar o risco de câncer de pele no futuro”, diz Raquel Ferrari.

2. Pessoas com pele negra não precisam de protetor solar

Mito. Segundo a dermatologista, embora tenham mais melatonina na pele, que oferece uma proteção natural, pessoas com a pele negra também podem ter câncer de pele. Por isso, a proteção é essencial para todos.

Mulher passando protetor solar na beira de uma piscina
O protetor solar permite um bronzeamento mais gradual e seguro (Imagem: Meeko Media | Shutterstock)

3. Protetor solar não impede o bronzeado

Verdade. Buscar um bronzeado bonito e saudável pode ser um desafio, mas é possível alcançar esse objetivo com cuidado e proteção adequados. “Ele [protetor solar] permite um bronzeado mais gradual e seguro, protegendo contra queimaduras e danos profundos à pele”, explica a dermatologista.

4. Roupas com proteção UV eliminam a necessidade de protetor

Mito. As roupas com proteção UV ajudam na proteção, especialmente em crianças, mas não substituem o uso de protetor solar. “Essas peças são ótimas aliadas, mas o protetor solar ainda é indispensável, principalmente nas áreas expostas”, explica Raquel Ferrari.

Outras formas de prevenir o câncer de pele

A campanha Dezembro Laranja também enfatiza a importância de exames regulares para a detecção precoce de alterações na pele. “O câncer de pele tem altos índices de cura quando diagnosticado no início. Fique atento a manchas, pintas ou feridas que não cicatrizam e procure um dermatologista se notar algo diferente”, destaca Raquel Ferrari.

Além do uso de protetor solar com FPS 30 ou superior, algumas práticas são recomendadas como: evitar exposição solar entre 10h e 16h (quando a radiação UV é mais intensa), utilizar chapéus, bonés e óculos de sol com proteção adequada, manter-se hidratado e evitar o uso de produtos caseiros ou receitas sem comprovação científica para proteção solar ou bronzeamento.

A conscientização é o primeiro passo para a prevenção. “Cuidar da pele é um ato de amor e responsabilidade. O sol pode ser um grande aliado da saúde quando aproveitado com segurança”, finaliza Raquel Ferrari.

Por Samara Meni