O presidente do Conselho Municipal do Trânsito (Contran) de Cachoeira do Sul, Hilton De Franceschi, utilizou a Tribuna Popular da Câmara de Vereadores para fazer um alerta e um pedido. O alerta: empresas “íntimas” do prefeito podem assumir o Estacionamento Rotativo Pago na cidade. O pedido: a rejeição do projeto.
Ainda de acordo com De Franceschi, a Prefeitura já programou R$ 400 mil para 2019 com objetivo de adquirir parquímetros. Os equipamentos seriam utilizados na cobrança do sistema aos motoristas de Cachoeira. “Quem vai pagar? Ou a Prefeitura vai usar o dinheiro público e entregar para a empresa que ficar responsável em cobrar?”, questionou o presidente do Contran. “Não fica claro no projeto”, completou. “A previsão de aquisição de parquímetros com R$ 400 mil seria mais ou menos como a compra de contêineres de lixo para o ano que vem”, salientou o presidente do Legislativo Municipal, Igor Noronha (MDB).
De Franceschi aproveitou para lembra do período em que presidiu a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e participou diretamente do repasse de um amplo projeto para Prefeitura sobre a oferta de vagas. “Corrigindo uma falta de organização, seriam 250 novas vagas sem levar o custo para a sociedade”, destacou ao explicar os resultados com ações incluindo demarcações, desde rampas criadas para garagens que já não existem mais até faixas amarelas pintadas por direções de lojas como forma de inibir que outros carros utilizem os espaços. “Não conheço cidade onde a cobrança funcionou”, acrescentou.
As observações do presidente do Contran ainda questionaram a falta de consulta por parte da Prefeitura. “O Contran não foi consultado e deveria ser. Foi criado para isso. Não é um grupo de pessoas que só gostam de discutir sobre trânsito”, disparou De Franceschi sobre a implantação do sistema sem aval do Conselho de Trânsito e que pode gerar de R$ 4 milhões até R$ 5 milhões anuais para a empresa que assumir o serviço, segundo cálclos expostos durante sua manifestação.
O texto do projeto foi alvo de críticas do presidente do Contran. Conforme indicou, a proposta pode ser aprovada e seguir para regras diferentes na prática. “O projeto prevê que a Prefeitura pode modificar usando decretos. Ou seja, o que fosse aprovado pode ser bem diferente depois”, alertou. “Que empresa vai participar com regras que não são claras? Parece que só empresas que têm alguma relação íntima com o prefeito”, pontuou De Franceschi. “Peço que a Câmara rejeite o projeto”, finalizou.