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19 clubes da Série A já são patrocinados por casas de apostas

Até pouco tempo atrás, as casas de apostas esportivas, como a bet365 Brasil, não tinham autorização para atuar com o mercado nacional. Por mais que elas não sejam licenciadas aqui no Brasil ainda, agora elas já podem angariar clientes brasileiros e isso tem sido visto em um crescimento enorme da presença dessas marcas na sociedade esportiva. Um exemplo disso é o fato de que, no momento, 19 dos 20 clubes que jogam a Série A do Campeonato Brasileiro já são patrocinados por operadoras de apostas.

O mais recente clube a entrar na lista foi o Juventude, que briga contra a queda para a Série B até os últimos instantes do torneio, que fechou contrato de patrocínio para que a Marsbet possa exibir a sua marca no calção da equipe. No momento, apenas o Cuiabá (que faz surpreendente campanha no torneio e deve jogar a Série A no ano que vem novamente) ainda não tem um contrato de patrocínio com uma casa de apostas.

Mas por que esse cenário tem acontecido? O que exatamente explica essa situação? Siga a leitura para descobrir!

Por que 19 clubes da Série A já são patrocinados por casas de apostas?

Tradicionalmente, o Brasil é um país com uma relação contraditória em relação ao jogo. Por um lado, jogos de azar são proibidos por lei há décadas. Por outro, eles sempre conviveram com a sociedade, mesmo à margem da lei, como os bingos e o Jogo do Bicho sempre mostraram (ainda que os bingos tiveram de fechar no início dos anos 2000).

No entanto, em 2018, o então presidente Michel Temer sancionou uma Medida Provisória (depois convertida em lei) que autoriza aos brasileiros jogar em sites de casas de apostas operados por empresas que tenham licença internacional válida e que estejam sediados em países em que o jogo online é permitido.

É por isso que o mercado brasileiro foi “aberto”, por assim dizer, às casas de apostas online, já que todas elas estão em países como Malta ou Curaçao, os principais pontos de jogos e casas de apostas online do mundo.

Com a possibilidade dos brasileiros se tornarem clientes legalmente, as casas de apostas correram para se adaptar ao mercado nacional e, claro, fazer propaganda para angariar clientes no Brasil.

Assim, ficou comum ver patrocínios de casas de apostas em jogos de futebol e outros eventos esportivos, inclusive com grandes emissoras de TV ou jornais aceitando as publicidades para veicular as marcas das empresas perante o público.

Isso explica como 19 dos 20 times da Série A do Campeonato Brasileiro receberam patrocínios de casas de apostas, com 80% de todos os clubes da Série A e B sendo patrocinados também.

É claro que nem todos os patrocínios são iguais, especialmente porque alguns clubes contam com acordos anteriores com empresas e até mesmo restrições específicas.

Um exemplo é o Palmeiras, que tem um acordo de exclusividade com a Crefisa. Nesse acordo, a financeira ganha o direito de ser a única marca na camisa do time de São Paulo. A solução para que o Palmeiras pudesse ser patrocinado por uma casa de apostas (no caso a Dafabet) foi mover a publicidade para o seu site oficial, além de ações nas redes sociais e no estádio do time em dias de jogos.

Por outro lado, muitos clubes passaram a ter casas de apostas como patrocinador principal no uniforme. Um exemplo é o Fluminense e o Atlético-MG (provável campeão do Brasileirão este ano), que estampam a marca da Betano. Já o São Paulo tem o patrocínio da Sportsbet.io, com o Sport recebendo a marca da Galera.bet, o Bahia tem a marca da Casa de Apostas, enquanto o Atlético-GO estampa a marca da Amuleto Net.

Atletas de futebol (e ex-jogadores) também estão no alvo das casas de apostas para servirem de agentes publicitários. Um exemplo é o ex-jogador e agora comentarista Denilson, que é garoto-propaganda da Sportsbet.io. Cafu, capitão do penta, é o principal nome da Rivalo. Já Rafinha, lateral do Coritiba e ex-Flamengo, é o embaixador da Fogobet.

O cenário ainda deve crescer mais nos próximos meses. Isso porque o plano inicial era não só autorizar que os brasileiros possam jogar em casas de apostas, mas regulamentar o mercado e permitir que as empresas atuem aqui, além de garantir uma maior tributação e arrecadação com os jogos.

No momento, esse processo burocrático está em fase de desenvolvimento e o objetivo é que tudo esteja pronto em 2022, a tempo das empresas atuarem na Copa do Mundo do Catar, que acontece no fim do ano.

Será que veremos um crescimento exponencial no setor de apostas depois disso? Só o tempo dirá.

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