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15 de outubro. Dia do Professor. O que comemorar?

 

 

 

Angústia toma conta do magistério. Foto: Divulgação

O Dia do Professor que se comemora nesta terça-feira (15) se transformou em motivo de preocupação para uma categoria que ao longo tempo se desgastou por melhores salários e condições de vida. O entusiasmo pela data deu lugar ao desânimo, mesmo assim o educador cumpre o seu papel de ensinar e de formar consciências. O professor, um trabalhador da educação, diante do quadro que se apresenta, não vislubra perspectivas de melhoria.

O que se vê é uma categoria sem reposição salarial há 48 meses e agora se depara com uma proposta de reforma que atinge em cheio o plano de carreira, uma conquista da década de 70 e com promessas de melhores salários. Esta é a questão, porque de promessas o professor está cheio. Sai governo, entra governo e o quadro é o mesmo.

Como um professor pode segurar a barra na escola, na família e com seus compromissos, se os salários atrasam cada vez mais. A folha de pagamento de agosto se juntou à de setembro e assim vai. 13º salário é outra novela. Este contexto é uma verdadeira angústia. Não tem fim e agora mexerem no plano de carreira é mais uma rasteira, por mais que o governo diga que é para ter condições de remunerar melhor.

Como assim? Tira vantagens e aí então pode pagar o piso nacional da categoria. Fica a impressão de que os servidores e, aí se incluem magistério, segurança pública e quadro geral, são os culpados pelo caos financeiro do Estado. É por isto que não há o que comemorar neste 15 de outubro.

Mais uma vez Cpers Sindicato e Governo do Estado vão enfrentar. Como sempre, o governo apoiado pela Assembleia deverá ser o vencedor. O governador Eduardo Leite (PSDB), quando assumiu o Palácio Piratini, no dia 1º de janeiro deste ano, tinha 19 deputados em sua base de apoio. Agora tem 40 parlamentares. Como? Negociou secretarias e cargos com outros partidos em troca de ampliar a base aliada na Assembleia. Isto significa que o projeto que reformula o plano de carreira do funcionalismo será aprovado.

Este é, pelo menos neste momento, o raciocínio que se faz. Esta situação pode mudar? Pode. No entanto, diante da pressão de Eduardo Leite e até porque os deputados não querem confusão em ano eleitoral (2020 teremos eleição para vereadores e prefeitos) a tendência é pela aprovação das reformas.

O contexto é perigoso e assustador para o professor que está em sala de aula ou é aposentado. Primeiro que não existe perspectiva de pagamento de salários em dia. Tudo vai continuar do jeito que está, ou seja, parcelado. Segundo, vem aí um novo plano de carreira.

Mesmo assim, Feliz Dia do Professor a esta categoria que luta diariamente por ensinar conhecimento a crianças, jovens e adultos.

 

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