Leite abre colheita do arroz no RS e ouve demandas do setor

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Leite abre colheita do arroz no RS e ouve demandas do setor
RURAL
22 de fevereiro de 2019 - arroz22021

Governador esteve em Capão do Leão nesta sexta-feira (22) / Foto: Itamar Aguiar / Palácio Piratini

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Leite e a prefeita de Pelotas na colheitadeira / Foto: Itamar Aguiar / Palácio Piratini

O Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção nacional de arroz. A área passa de 1 milhão de hectares, especialmente na metade Sul do estado. Por reconhecer a importância do setor para a economia gaúcha, o governador Eduardo Leite e o secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, participaram da 29ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, nesta sexta-feira (22), em Capão do Leão.

Em um gesto simbólico, o governador e a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, subiram em uma colheitadeira e atravessaram uma lavoura “vitrine” da Estação Experimental Terras Baixas, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Leite não descarta redução de imposto

Apesar de ser o maior produtor, o RS enfrenta dificuldades. Uma das principais foi citada em quase todos os discursos das autoridades presentes – a falta de competitividade do arroz gaúcho. O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do RS (Federarroz), Henrique Dornelles, foi um dos que falaram da crise. “O produtor gaúcho tem um custo altíssimo de produção, seja pelo alto ICMS, seja por problemas de logística ou mesmo a questão de tarifas de energia, porque a nossa produção é toda irrigada. Produzimos muito, mas ficamos com muito pouco. Isso está fazendo o agricultor reduzir a área.”

O governador disse que o principal pedido da categoria – a redução do ICMS de 12% para 7% – já está sendo analisado por uma equipe técnica do governo, com integrantes das secretarias da Agricultura e da Fazenda. “Estamos vendo se é possível e o que seria possível fazer. Não descartamos essa redução, mas isso merece uma análise técnica, com muita responsabilidade. Temos que ver todos os efeitos na cadeia produtiva. Não pode ser uma decisão política para agradar A ou B. Não há um prazo, mas poderia ser para a próxima colheita, já dando um sinal de estímulo ao agricultor”, explicou Leite.

O secretário Covatti afirmou que o governo também aposta no diálogo: “Estamos conversando com o governo federal e com as bancadas estadual e federal para amenizar a crise e fortalecer o setor”.

Leite abordou questão de impostos / Foto: Itamar Aguiar / Palácio Piratini

Mesmo com redução, safra deve ser boa

Na última safra (2017/2018), o RS colheu 8,3 milhões de toneladas. Agora, com o agravante das chuvas e enchentes que atingiram as lavouras no começo do ano, a expectativa é de uma redução de aproximadamente uma tonelada. Isso quer dizer que o resultado da safra atual (2018/2019) deve ficar em torno de 7,3 milhões de toneladas. Segundo a Federarroz, os quatro últimos anos foram marcados por questões climáticas e/ou financeiras, mais precisamente os baixos preços de comercialização.

Apesar disso, a produção ainda envolve 8 mil produtores gaúchos e gera 37 mil postos de trabalho diretos, segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). Outro dado importante é que o estado é responsável por 90% das exportações do cereal.